Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2012

sem presentes

Já sei o que quero para 2013: não quero ganhar ou dar presentes. Quero me livrar dessa pressão idiota de tentar agradar a todo momento. Não quero nada, só quero estar ali do lado de quem amo, partilhando o dia a dia, fofocando, rindo, dividindo uma cerveja. Não quero pensar que devo isso ou aquilo a ninguém. Quero me livrar dessa culpa que me persegue e aceitar que os outros são muito diferentes de mim e que nunca vou mudá-los e tentar aprender com o que me incomoda neles. Talvez seja o que mais incomode em mim, vai saber. Só sei que não quero retribuir cada gesto. Não quero pagar cada coca-cola dividida no almoço, nem o pedaço de bolo. Quero me livrar dessa necessidade de ser perfeita o tempo todo. Quero incomodar a prima aos sábados à tarde só para poder brincar com a pequena. Quero vê-la crescer e dar os primeiros tombos, os primeiros passos, quero ouvi-la dizer mamãe e papai ao lado da prima. Quero participar porque eles têm uma importância tremenda que não vale a pena fugir só por

a farmacêutica

É mais uma que se vai. Que coloca seus pertences em uma caixa, enche as malas de roupas e vai seguir a vida. Ela chegou há cinco anos, de mansinho, sempre cuidando da própria vida de forma muito independente. Nunca me deixou cumprir o papel de prima mais velha. Há quatro anos mudou-se para o quarto ao lado e de lá saiu poucas vezes. Estudou como prodígio, dormiu como bicho-preguiça, namorou, brigou, chorou, frequentou festas de república, preparou comidas estranhas como strogonoff de soja, sempre muito independente. Lembro de tentar convidá-la para um ou outro almoço de domingo, mas não rolou. Ela no quarto ao lado e eu na sala. Vivendo juntas, separadas. Não sei se são os oito anos de diferença na idade, se são os interesses diversos de duas vidas, se são nossas personalidades, só sei que não conversamos muito nesse tempo todo. Mas quem sabe tenhamos conversado o suficiente. Peguei essa menina - hoje um mulherão cheio de atitude - no colo. Eu a mais velha, ela a caçula. Cabelão compri