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Mostrando postagens de julho, 2015

notícias tristes fazem parte

Hoje o dia foi bem esquisito. Daqueles dias em que você preferiria continuar dormindo a tarde inteira e começar a noite já na cama, para pensar na vida só amanhã. Foram muitas informações tristes para digerir numa só manhã. Mas tudo bem, estamos ai para isso. Um bolo de chocolate preparado com carinho, um café com as amigas confidentes antes de iniciar o trabalho, uma esfiha aberta com o amigo que comemorava uma meta alcançada amenizaram minha tristeza. Porque apesar de não ter acontecido nada comigo, fiquei bastante triste com a notícia ruim do início do dia. Ela me pos a pensar sobre as pessoas queridas e o quanto a vida é frágil e como mal conhecemos quem caminha ao nosso lado diariamente. Ontem foi um dia de quebrar paradigmas na poltrona marrom. De falar, pela primeira vez, sobre assuntos difíceis e evitados nos últimos seis anos. Primeiro usei a escrita para me expressar, li o texto, concentrada, achando que bastaria. Mas precisei encarar o medo e responder perguntas para as quai

diário de uma aluna de gastronomia - julho

Tradições e adaptações Na faculdade de gastronomia, estudamos culinária internacional. Aprendemos sobre as influências de cada país, seus pratos tradicionais, seus principais ingredientes e como podemos adaptar comidas clássicas de outras nacionalidades para a nossa realidade, como o estrogonofe, o macarrão a bolonhesa, o ovo mexido com bacon, o yakissoba, entre outras delícias que hoje fazem parte do cardápio do brasileiro, se não do gosto mundial. Descobri que nos países do leste europeu, o creme de leite é bastante usado na finalização dos pratos, quase sempre feito com legumes. Que na Islândia, por exemplo, se come carne de rena - eu mesma experimentei durante uma viagem que fiz ao país gelado pela FOLHA no início do ano -, que nos países escandinavos, o salmão é apreciado do café da manhã até o jantar e que em Portugal, sopa de pedra é uma iguaria, assim como os doces finos franceses, como o crepe suzette. Paella e babaganoush Aprendi a preparar pratos clássicos gregos, russ

desacelerando

Meu pai se aposentou e, com a aposentadoria, veio a vontade de mudar um pouco a vida. Nas palavras dele, "deixá-la mais tranquila". Mas antes de parar de vez, ele tentou tocar o próprio negócio e enquanto captava clientes, recebeu uma proposta para ser consultor em uma fábrica no interior de São Paulo. Ele teria que morar na cidadezinha durante a semana e voltar para a capital aos fins de semana, como nunca tinha feito antes. Trocou seu negócio próprio por uma nova experiência e continuou me ensinando sobre superação.  Me preocupei, porque minha mãe ficaria sozinha na capital. Mas o arranjo deles deu certo e ele passou a gostar da tal Ibitinga, "a cidade dos bordados". Esse trabalho fez meu pai se sentir valorizado novamente e empolgado, como há muito tempo não se sentia. Ele me ligava e dizia que morava "no fim da cidade", a apenas 10 minutos do trabalho. Uma benção, já que nos últimos 20 anos, meu pai viajava cerca de 100 quilômetros diários para ir e

diário de uma aluna de gastronomia

FEVEREIRO Doce e crocante Não sei ao certo quando foi a primeira vez que comi crostoli, só me lembro que em todo Carnaval na casa das tias, no interior, tinha baciadas de uma massinha doce e crocante que tornava qualquer café da tarde especial. Conforme fomos crescendo, eu, minha irmã e minhas primas trocamos as pedaladas pela cidade por uma tarde ajudando as tias na preparação da bolachinha. E assim foi criado nosso ritual carnavalesco familiar.  Tarde de domingo, depois da macarronada, a tia junta os ingredientes da massa – leite, ovos, açúcar, manteiga, pinga, raspas de laranja e farinha até dar ponto – amassa bem até a mistura ficar bem homogênea e prepara o cilindro. Farinha à vontade e gira a manivela daqui, puxa a massa dali até ficar fininha, fininha. Depois, estica as massas sobre toalhas na mesa da sala de jantar, da cozinha, na cama da tia...e a meninada começa a dar forma à bolachinha. Cortamos diversos retângulos e com a faca fazemos dois risquinhos em cada um deles,