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Mostrando postagens de fevereiro 1, 2013

um dedo de prosa apaixonado

Quando o relógio bate seis da tarde, a namoradeira se empeteca e vai para a janela. Se debruça no parapeito para ver o movimento da rua. Os rapazes e moças voltando para casa depois de um exaustivo dia de trabalho. E ela a cobiçar os moços mais bem apanhados. Um deles chama sua atenção pelo jeans surrado e camisa xadrez, mas olhos de um verde brilhante, que guardam um certo mistério. A namoradeira, vestida de chita, cabelo liso amarrado com fita e batom vermelho nos lábios, espera que um dia esse trabalhador repare na janela dela. Quando o apito da fábrica grita é hora de descansar. O metalúrgico troca o macacão sujo de graxa pelo jeans surrado e a camisa xadrez. Coloca as botas e parte para o ponto de ônibus que o levará para o sítio. E ele poderá dar uma última olhada na moça que todas as tardes guarda o horizonte da janela amarela. Em sua incursão pela vida alheia, a namoradeira reparou no jovem que corria feito louco para alcançar o ônibus que parava, todo fim de tarde, em frent