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Mostrando postagens de maio, 2013

um bosque

Todo dia eu preciso atravessar o bosque para chegar ao trabalho. Todo dia existe a minha casa, de um lado do bosque, e a minha vida, do outro lado do bosque. Bem, estou exagerando. Mas a verdade é que todos os dias esse aglomerado de árvores antigas me cerca. Quando acordo, é a primeira coisa que vejo pela janela. Depois, preciso atravessá-lo, pelo menos duas vezes, para chegar ao trabalho, que fica a um bosque de distância do meu pequeno apartamento. Poderia ver a sede do jornal da minha sacada, não fossem as velhas árvores. E todo dia, ao chegar do trabalho, coloco o pijama, me ajeito no sofá e puxo o cobertor. Comigo, a tevê e as árvores lá fora, balançando com o vento. Quando chove, a janela tem que ficar fechada, porque o cheiro do coco das pombas é insuportável. Mas fora isso, e o fato de eu ter que lavar meus sapatos todos os dias e correr para atravessar a calçada suja toda noite, o bosque enriquece meu dia. Me dá a sensação de que não estou mais na metrópole, de que tem vida a

hoje é o céu, o esporte e eu

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De repente me foi dado o rural e minha rotina se acalmaria. Eu teria dois cadernos semanais para cuidar e ajudaria a construir a página diária de agronegócio do jornal. Melhor impossível o reconhecimento da capacidade. Ai me foi dado o esporte. O bom e velho esporte que me abandonou e voltou por acaso. Sem chance de dizer não, de fugir, de permanecer na zona de conforto. Uma certa coragem nasceu dentro de mim nos últimos tempos e a vontade de aceitar desafios - mesmo que só no trabalho, por enquanto - me motiva. Tem sido ótimo viver um dia de cada vez. Pensar no hoje e fazê-lo dar certo. Se ficasse só nessas duas edições já teria valido a pena. No primeiro dia, duas matérias sobre o Palmeiras sem querer e no segundo dia, publicar a eliminação do meu time e a escalação brasileira para a Copa das Confederações. Copa essa para qual estou me preparando para participar. Em um mês verei a nazionale italiana enfrentar os mexicanos no Maracanã com a prima que talvez seja a única pessoa que con

melodramática

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Minha irmã diz que sou melodramática. Talvez eu seja mesmo. É que  constantemente relembro o passado, quando tudo parecia fazer sentido. Mas esse  mesmo passado para o qual eu corro sempre que tenho saudade, nunca foi assim  tão perfeito para eu desejá-lo de volta. Hoje eu vivo meu presente. Mas às vezes fico saudosa e, p ortanto, melodramática. Eu lembro da minha adolescência solitária e em frente à  tv, tendo brigas homéricas com a minha mãe por motivos idiotas e fugindo para casa dos meus  primos, que eram nossos vizinhos. Eu lembro que me sentia segura com eles,  que podia contar todos os meus mais íntimos segredos, que nossa conversa  nunca sairia daquele apartamento de dois quartos no Parque Novo Mundo. Eu  lembro deles sempre me animando e me convidando para sair. Tudo o que eu  conheci da noite paulistana aos 18 anos eu devo ao Marcio Aurélio e à Anna  Maria. Eles eram meus irmãos mais velhos e com eles eu não precisava ser  perfeita. Não tinha briga, só diversão. Aliás, a únic