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Mostrando postagens de novembro, 2013

essa tal ansiedade

Olá meu nome é Mariana e sou ansiosa. Sempre fui ansiosa e sempre serei ansiosa, não importa se fiz terapia, se bebi uma cerveja com os amigos para esquecer, se fugi para a casa da prima para brincar com a pequena. A ansiedade está sempre lá. Tenho certeza que ela nunca vai me deixar. O porque eu não sei, apenas tenho essa certeza. Então tenho que aprender a conviver com esse sentimento se não quiser enlouquecer. Tentar ter paciência. Ficar mais calma. Quase sempre consigo, mas tem dias que quero mesmo é correr da vida. Me esconder debaixo do cobertor. Fechar os olhos, virar para o lado e voltar para os sonhos. Mas não dá. E mesmo eu não"tendo família", ainda preciso pagar as contas. Gosto de consumir. E para poder ter acesso à tevê a cabo, à geladeira cheia, ao carro com tanque cheio, aos passeios com os amigos, às viagens para encontrar a família, às roupas novas, à internet, ao celular, preciso de dinheiro.  E preciso de calma para encarar a jornada. Aquela empresa não me

escalando a mangueira

Eu me lembro bem daquela mangueira no sítio do nonno. Ela ficava ao lado da casa, fazendo tanta sombra, que era impossível não querer colocar as espreguiçadeiras lá e simplesmente sentar e curtir a brisa.  Me recordo de um dia especial em que eu, minha irmã e minhas primas - o quarteto fantástico - resolvemos fazer um piquenique sob as folhas da majestosa mangueira. Era época de Natal e tínhamos decidido sortear um amigo secreto entre nós quatro em cima da hora. Os presentes seriam comprados na única lojinha de quinquilharias que tinha na cidade. O piquenique iria coroar nossa brincadeira.  Convencemos a tia a nos deixar ir para o sítio de bicicleta - sob o sol escaldante das duas horas da tarde no horário de verão - e ficarmos por lá, sozinhas, durante a tarde toda de férias, explorando o sítio.  Ela, então, preparou o lanche com pão caseiro, encheu o garrafão de água gelada, separou copos, toalha, guardanapos e distribuiu tudo nas cestinhas das nossas bicicletas. E só nos deixou s

o jornalismo

Ficar sem escrever um tempo me pareceu a coisa certa a fazer. Tirar férias do trabalho, dos amigos, de mim mesma. Das palavras. Viver um dia de cada vez, sem tantos planos, apenas algumas vontadezinhas a realizar. Ao lado da mãe, tão paciente. Um pânico tremendo tomou conta de mim na primeira noite na minha velha cama de solteira, no meu colchão com mais de 20 anos, já saturado, que machucou minhas costas até eu decidir trocá-lo por um mais novo, 15 dias depois. De repente eu queria ficar ali para sempre. Não queria mais voltar para o velho emprego. Que mantenho há uma década. No principal jornal da cidade de terra roxa. Eu simplesmente não queria mais ser jornalista. E virava do outro lado e chorava. Não contei nada para a mãe, para não preocupá-la. Decidi ir à academia todas as manhãs. Lá ficava com meus próprios pensamentos. Minhas músicas. Um livro chato, que abandonei nos primeiros capítulos. E a bicicleta e seus incontáveis quilômetros. Se eu queria comer tudo o que visse pela fr