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Mostrando postagens de junho, 2011

tremendonas

Combinamos de ir todas juntas, num carro só. Com um visual jovem guarda para homenagear os velhos tempos. Não fomos juntas, enfrentamos um  labirinto para estacionar o carro, poeirão do galpão que armazenava café e breu ao entrar na festa. Ainda assim, dançamos ao som dos anos 60. Do amigo de fé e irmão camarada do rei. Relembramos sucessos que pertencem aos nossos pais e descobrimos que os clássico são, sim, de todos. Foi engraçado e brega e romântico e rock'n roll ao mesmo tempo. Foi um feriado dentro do Filo. Ou o Filo num feriado. Foi uma noitada entre amigos, uma brisa divertida numa semana curta para alguns e comprida para outros. Foi uma noite de namorados com rostos colados e professor de história imitando guitarristas em meio à multidão. Foi uma verdadeira experiência hippie no universo cultural da cidade que escolhemos para chamar de nossa. E que venham novas psicodelias. ***** Engraçado como o tempo tudo cura. De repente, tudo que um dia eu odiei, hoje faz sentido.

amici

Cada dia que passa eu percebo que minha vida significa as pessoas que fazem parte dela. Para o bem e para o mal. Minha vida não é minha. Não que eu não consiga decidir por mim mesma que rumo tomar, mas é que sempre vai ter alguém que influenciará minha opinião em algum assunto. Em todos os assuntos. Se algo dá errado no trabalho ou em casa. Se a balada foi boa. Se o domingo foi aconchegante. Tem sempre alguém lá comigo para dividir o momento. O bom e o ruim. Me dei conta que é impossível ser sozinho. Tem a mãe que liga para saber se tá tudo bem. Tem a prima cantando no quarto ao lado. Tem o pedreiro martelando na construção. Tem a síndica interfonando às 8h30 da manhã quando você foi dormir às 3. Tem a tia que faz bolinho de chuva num dia de sol. Sempre tem alguém. Mesmo longe, jogando conversa fiada na internet enquanto não acontece nada para movimentar a tarde de plantão. Tem alguém rondando o pensamento. Tem alguém na tv te fazendo rir ou chorar ou ensinando uma receita deliciosamen

ansiedade pré-60

E dai que eu no dia 23 de julho eu terei que entreter 90 pessoas durante o aniversário de 60 anos do meu pai. Quem mandou dizer que faria a seleção musical? Agora estou sofrendo por antecipação para escolher os hits. Só sei que tem que ter muita canção italiana e sucessos dos anos 60 e 70. De Elvis a Roberto Carlos. Mas como levar a festa até às cinco da manhã como manda o público? Afinal, os Guerin são conhecidos por serem os últimos a deixar qualquer festa. E numa festa de família não seria diferente. Tenho que pensar na trilha sonora do jantar (todo mundo reclama de barulheira, então tem que ser algo calminho, calminho). Tenho que animar a pista de dança sem apelar para Ivete Sangalo e Calipso. Funk nem pensar. Até porque nem tenho esse tipo de música na minha playlist. Sertanejo, só se for de raiz. Tô vendo que vou acabar tocando só o bom e velho rock'n roll e receberei vaias dos mais conservadores. E me pergunto: Por que fui inventar? Mas quer saber, esta tem sido uma das minh

chuva e neve

A caminho do trabalho, logo cedo, lembrei de quando afundei os pés na neve, caminhando até a estação de trem, em Nancy. Estava escuro e tinha nevado a noite inteira. Fazia um frio danado, mas eu estava radiante. Era delicioso afundar naquele mar branco. Hoje, fazia frio e garoava enquanto atravessava o bosque. De repente veio uma saudade. Iria para Paris no dia da neve. Atrapalhadamente sozinha. Oito anos depois, ainda me sinto atrapalhada e só. Mas orgulhosa das lembranças conquistadas com um pouco da coragem que só se tem aos 20 e poucos anos. E saudosa em sentir a neve esfriando os sapatos.

simplicidade e felicidade

E dai que passei uma semana me sentindo mal. Com as pessoas, comigo mesma, com as decisões erradas que tomei no passado e me atormentam até hoje, com o rumo da vida. Até voltei a coçar. Criei meu próprio provérbio: "Engulo sapos, logo coço". E divago. E fico com o coração apertado, remoendo a bendita vontade de que tudo seja perfeito. Desde as minhas relações com os outros, com as minhas decisões, com os rumos e, principalmente, comigo mesma. Todo dia acontece alguma coisa que me mostra como sou pequena diante do todo e gigante diante de mim mesma. E que meus problemas (pelo menos a maioria deles) é fruto da minha imaginativa imaginação. E dai que numa terça-feira dessas, mais especial porque era aniversário de uma pequenina que vira e mexe alegra meu dia, tive mais um dos maravilhosos insights que só o cotidiano pode nos mostrar. Para ser feliz, basta estar vivo. É piegas, mas é verdade. No meio de todas aquelas crianças descalças, sujinhas, semianalfabetas e até meio ríspid