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Mostrando postagens de setembro, 2013

a Tia

Viver é experimentar uma eterna solidão. Não tem como compartilhar nada. Nem dor, nem alegria. Cada um sente sozinho, do seu jeito próprio. A gente pode até tentar mas a importância é diferente para cada um e ponto. Se é dramatico é porque não sabe fazer de outro jeito. Se é pragmático é porque encara a vida na prática. Se é egoísta é porque escolheu se dedicar a apenas alguns poucos e bons. Se prefere se isolar na dor é porque aprendeu a se cuidar sozinho. Se se transforma no objeto de afeto é porque ainda não se descobriu de verdade. Se não consegue sorrir é porque não sabe o quanto é doce. Se volta para o antigo amor é porque se deu conta de que a paixão é mesmo fugaz. Se escreve é porque não sabe viver sem as palavras. A Tia morreu. E com ela levou o sorriso e o carinho que distribuia ainda que sentisse dor. Ela não reclamava, apenas aceitava. E vivia um dia de cada vez. Foi só ao vê-la com os olhos fechados naquela sala quente cheia de parentes distantes que eu me dei conta de que

crescer dói

Ser adulta é um saco. E ninguém me avisou que doía tanto. Outro dia, sem querer, me acabei em lágrimas por uma bobagem. Parecia que tinha levado uma bronca daquelas da minha mãe, como se ainda fosse criança e tivesse aprontado alguma. Mas não foi nada disso. Só doeu como se fosse. Mas assim como chegaram, as lágrimas se foram. Precisava encarar as responsabilidades diárias e fazer isso chorando por uma bobagem me pareceu bem infantil. E não posso agir como criança quando der na telha. Preciso ponderar. Escolher os momentos. Ô dificuldade. Nesse mesmo dia do vale de lágrimas, uma amiga querida me disse que sou muito boa ouvinte. Que sou uma pessoa confiável, com quem as pessoas não têm medo de dividir os problemas. Me senti orgulhosa. Mas lembrei de todos os momentos em que deixei alguém colocar a cabeça no meu ombro e o que veio depois dessa simples ação. Algumas vezes me fez sentir importante e como se realmente tivesse feito a diferença para o amigo. Outras vezes, de nada servi. Ou m

a sopa

Afe. Tá difícil. Me sinto com fome o tempo inteiro, mas não estou a fim de desistir ainda. Espero aguentar o fim de semana. A verdade é que precisava de um estímulo para recomeçar os exercícios. Em março, passei o mês inteiro numa "dieta" e caminhando na esteira pelo menos três vezes por semana. Desinchei e emagreci um quilo. Praticamente nada, mas ao ler meus relatos daquele mês, senti orgulho de mim mesma e decidi que deveria cuidar melhor de mim. Agora que, finalmente, não sentarei mais na poltrona marrom toda quinta-feira. Esta foi, talvez, a coisa mais difícil que tive que fazer por mim mesma em 32 anos e se deu tudo certo, qualquer coisa pode dar certo. Basta querer. E me comprometer. Claro que não vou comer sopa todo dia para o resto da vida, mas esse líquido "mágico" vai me ajudar a gostar do que vejo no espelho. Psicologicamente falando, já me sinto muito melhor com meu corpo do que há três anos atrás, quando iniciei a terapia. (Ah, como eu era magra e não