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Mostrando postagens de outubro 28, 2012

lembranças demolidas

Já não da mais para roubar uma rosa ao passar em frente ao número 135 da Rua Soldado Cristóvão Morais Garcia.  Derrubaram a casa da minha vó. O dono resolveu usar o terreno para construir um galpão onde estacionará seus caminhões. Meu coração apertou, veio uma vontade de chorar, mas não fiz nada. Simplesmente calei. E lembrei. Do portão que abria para fora, do vô esperando no portão de vidro para dar beijo estalado, do cheiro de comida fresquinha vindo da cozinha. Lembrei do rádio ligado em programas populares, enquanto eles tomavam café da manhã. Meu vô sentado na mesa da cozinha, de frente para a porta do quintal, fingindo acenar para a minha mãe que estava na janela do apartamento. Eu não chorei mas meus olhos se encheram de lágrimas. Pareceu que a vida me dava mais um cutucão, mostrando que o futuro insiste em chegar mesmo eu não estando preparada. Me bateu saudade das festas juninas e fogueiras improvisadas da vó, de subir no telhado para ver os balões de São João e cantar com os