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Mostrando postagens de novembro, 2012

oitenta anos

Tudo o que preciso saber sobre ela se resume no fato de estar viva. Se não fosse sua insistência com a tal parteira, talvez eu não estivesse aqui hoje para escrever sobre ela. Ela, minha vó Therezinha, a Therê do Milton, a mãe do Zezinho e da Guacira. A madrinha e mãe da Terezinha, que ganhou seu nome numa homenagem que virou família. Minha vó e avó da Natalia, do Adriano, da Amanda, da Ana Paula, da Bruna e, agora, também da Isabelly. A dona Therezinha, dona de uma força de vontade capaz de subir paredes, capinar mato do quintal, preparar bolinhos de banana num piscar de olhos só para agradar os netos. Eu a conheci 32 anos anos atrás, quando nasci, cinco dias após ela completar 48 anos. Ela deve ter me visto no hospital mas precisou correr para cuidar do marido, que havia comido umas laranjas passadas e teve uma crise estomacal. O Milton ficou uns dias internado e só foi curtir a primeira neta depois que a filha estava recuperada da cesariana. Coisas da vida. Histórias desencontradas

o choro

Então eu tive três rápidas semanas de férias apenas sete meses depois de tirar um longo mês de descanso merecido. Foi um ano e meio sem sair da redação, treinando estagiários, demitindo repórteres, me acostumando com o fracasso do projeto que nasceu morto, endoidando e pensando em jogar tudo fora. Depois daquelas férias no início do ano, de viagem com a mãe, de conhecer o canto longínquo da irmã, de comer polenta com os tios italianos, estava certa de que teria que mudar de vida senão enlouqueceria. A internet, definitivamente, não é para os fracos. E eu ainda sinto que fracassei com ela, mas a verdade é que ela vinha me abandonando desde o início da nossa relação. Talvez eu seja, sim, uma garota impressa. Sei lá. Só sei que há quatro meses preciso descobrir pautas de veículos e economia e tenho feito da melhor maneira que consigo. Hoje já sem tanto medo como quando ouvi da chefe que teria de editar o jornal impresso. Nunca minha falta de confiança em mim mesma gritou tanto e tive tant