melodramática

Minha irmã diz que sou melodramática. Talvez eu seja mesmo. É que constantemente relembro o passado, quando tudo parecia fazer sentido. Mas esse mesmo passado para o qual eu corro sempre que tenho saudade, nunca foi assim tão perfeito para eu desejá-lo de volta. Hoje eu vivo meu presente. Mas às vezes fico saudosa e, p ortanto, melodramática. Eu lembro da minha adolescência solitária e em frente à tv, tendo brigas homéricas com a minha mãe por motivos idiotas e fugindo para casa dos meus primos, que eram nossos vizinhos. Eu lembro que me sentia segura com eles, que podia contar todos os meus mais íntimos segredos, que nossa conversa nunca sairia daquele apartamento de dois quartos no Parque Novo Mundo. Eu lembro deles sempre me animando e me convidando para sair. Tudo o que eu conheci da noite paulistana aos 18 anos eu devo ao Marcio Aurélio e à Anna Maria. Eles eram meus irmãos mais velhos e com eles eu não precisava ser ...