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Mostrando postagens de julho 29, 2013

casinha do sítio

Quando eles chegaram ao Brasil, nos idos dos anos 1950, meus avós precisaram de muita coragem para desbravar as terras férteis do sudeste paulista. Primeiro veio o nonno. Preso de guerra, ele sobreviveu ao campo de concentração, esperou a paz chegar na Europa e decidiu vir ao Brasil em busca de oportunidade e mais qualidade de vida para os seis filhos, já que a velha bota estava falida. Na Itália, ele cultivava grãos, cuidava de umas vaquinhas, então não seria novidade nenhuma trabalhar no campo. Mas lá, os sítios eram menores e conquistar a América foi um sonho trabalhoso, que contou com a ajuda da mãe, da esposa, dos irmãos, filhos e sobrinhos. Ao lado do irmão mais novo, seu Igino desmatou a área onde construiria a casa que abrigaria a família toda, em um lote da Fazenda Pedrinhas. Eles eram em pouco mais de dez pessoas que viajaram de navio por cerca de 20 dias, rumo à vida nova. Aqui, os nonnos tiveram mais dois filhos. A bisnonna morreu pouco tempo após desembarcar em Santos, o i

meu tio agricultor

Estava sentada no sofá da sala da tia Bepina, ouvindo ela contar sobre a vinda da família da Itália para o Brasil. Ela tinha 10 anos e se lembra de detalhes da travessia que meu pai, que era um bebezinho de apenas um ano, nunca recordaria.  Ao lado do marido, o tio Vitorino, ela contou que ganhou o apelido de Bepina em homenagem ao primo Giuseppe, que havia morrido na guerra. Como ela nasceu enquanto o nonno estava lutando, a nonna a havia batizado de Rosana. Bem, o nome Rosana ficou só para os documentos pois todo mundo a chama mesmo é de Be.  Ouvindo o marido dela contar como a família passava fome na Europa, fiquei com vontade de chorar. Nunca havia imaginado tamanho sofrimento, pois hoje o tio Vitorino, que viu o irmão mais velho partir para a guerra, o pai trabalhar para os alemães e a mãe cozinhar polenta com açúcar para aplacar a fome dos quatro filhos, se senta confortavelmente em frente à tv de 20 e poucas polegadas para contar sua história com o bom humor de sempre.  Isso