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Mostrando postagens de agosto 9, 2018

2x1

Minha mãe veio me trazer de volta para casa. Antes de partir, me abraçou chorando. Disse que ficaria com saudade. Eu a abracei e disse que também sentiria a falta dela, mas que ela não precisava chorar. Foram dias muito felizes. Meu pai também me abraçou e lembrou que o número de telefone dele continuava o mesmo e que eu deveria ligar caso precisasse de alguma coisa. Ou mesmo sem precisar de nada. Esse é meu pai. Meu coração estava apertado mas eu fui forte. Não chorei. Fui tirar as roupas de pouco mais de um mês de viagem da mala. Fui preencher os espaços vazios do guarda-roupa. E colocar os novos imãs na geladeira. Não foi só minha mãe que trouxe pequenos objetos ferromagnéticos para grudar na rotina tudo que foi inesquecível no mês de junho de 2018. Depois de lavar parte da roupa suja que repousou um mês no cesto, deitei no meu velho sofá. Meu porto seguro. A tevê a cabo estava fora do ar como eu previa e fui resolver. Tira o conversor da tomada, tira o smartcard, põe o smartcard, l

uma carta para você

Há tempos estou com uma vontade dentro do peito. Uma ânsia de contar o que se passou comigo naquela noite. De te dizer que nunca me perdoei pelo modo como tratei seu sentimento. Eu estava tentando fazer diferente, ser o que não sou, e deu no que deu. Não estava nem remotamente pronta para ouvir o que você tinha a me dizer. O que eu sabia que você diria. A única certeza que eu tinha é que a minha resposta seria negativa. Quer dizer, eu sabia que tinha medo e que não conseguiria te dizer sim. Não naquele momento. Ouvir de alguém que somos especiais é contraditório. É maravilhoso saber que tem alguém que pensa na gente nos momentos de bobeira. E é aterrorizante não suprir tais expectativas. Foi por isso que saí correndo aquele dia. Que te deixei lá com suas palavras gentis, entrei no carro e voei para casa. Fui egoísta. Desculpa. Eu não pude dormir aquela noite. Eu não pude te olhar nos olhos nos anos seguintes. Eu estava envergonhada. Por que eu não te acolhi? Por que eu não acreditei