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Mostrando postagens de maio 31, 2013

um bosque

Todo dia eu preciso atravessar o bosque para chegar ao trabalho. Todo dia existe a minha casa, de um lado do bosque, e a minha vida, do outro lado do bosque. Bem, estou exagerando. Mas a verdade é que todos os dias esse aglomerado de árvores antigas me cerca. Quando acordo, é a primeira coisa que vejo pela janela. Depois, preciso atravessá-lo, pelo menos duas vezes, para chegar ao trabalho, que fica a um bosque de distância do meu pequeno apartamento. Poderia ver a sede do jornal da minha sacada, não fossem as velhas árvores. E todo dia, ao chegar do trabalho, coloco o pijama, me ajeito no sofá e puxo o cobertor. Comigo, a tevê e as árvores lá fora, balançando com o vento. Quando chove, a janela tem que ficar fechada, porque o cheiro do coco das pombas é insuportável. Mas fora isso, e o fato de eu ter que lavar meus sapatos todos os dias e correr para atravessar a calçada suja toda noite, o bosque enriquece meu dia. Me dá a sensação de que não estou mais na metrópole, de que tem vida a