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Mostrando postagens de fevereiro 19, 2020

drops

Uma carta. Mas de que adianta se a resposta veio antes. De que adianta dizer repetidas vezes. Será sempre não. Então soca a porta do freezer que não fecha direito. Mata a trilha de formigas que insistem em passear pelo armário da cozinha, sem rumo. Toma uma taça de vinho. Come três pedaços de pizza de abobrinha, sua favorita. Liga na novela bobinha e tenta desligar. Será sempre não. Sempre. Não. Ele nem titubeou e ela, emudeceu. Tá tudo bem? O outro perguntou. Sim, claro. Só estou cansada, ela respondeu, querendo partir. Foram dois litros de chope no almoço. Um calor danado de meio de verão. Aquele bafo. Ela só pensava em ir pra casa. Se esconder no quarto escuro. Fechar a janela, a cortina, ligar o ventilador e cair no sono. Pra esquecer. Ele trabalha até tarde, então ela espera ele ligar. Todo dia. Enquanto isso, lê. A última história contava sobre casais apaixonados que se casaram durante a segunda grande guerra. Elas, australianas. Eles, ingleses. E como o governo da r