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Mostrando postagens de setembro 27, 2013

a Tia

Viver é experimentar uma eterna solidão. Não tem como compartilhar nada. Nem dor, nem alegria. Cada um sente sozinho, do seu jeito próprio. A gente pode até tentar mas a importância é diferente para cada um e ponto. Se é dramatico é porque não sabe fazer de outro jeito. Se é pragmático é porque encara a vida na prática. Se é egoísta é porque escolheu se dedicar a apenas alguns poucos e bons. Se prefere se isolar na dor é porque aprendeu a se cuidar sozinho. Se se transforma no objeto de afeto é porque ainda não se descobriu de verdade. Se não consegue sorrir é porque não sabe o quanto é doce. Se volta para o antigo amor é porque se deu conta de que a paixão é mesmo fugaz. Se escreve é porque não sabe viver sem as palavras. A Tia morreu. E com ela levou o sorriso e o carinho que distribuia ainda que sentisse dor. Ela não reclamava, apenas aceitava. E vivia um dia de cada vez. Foi só ao vê-la com os olhos fechados naquela sala quente cheia de parentes distantes que eu me dei conta de que