simplicidade e felicidade

E dai que passei uma semana me sentindo mal. Com as pessoas, comigo mesma, com as decisões erradas que tomei no passado e me atormentam até hoje, com o rumo da vida. Até voltei a coçar. Criei meu próprio provérbio: "Engulo sapos, logo coço". E divago. E fico com o coração apertado, remoendo a bendita vontade de que tudo seja perfeito. Desde as minhas relações com os outros, com as minhas decisões, com os rumos e, principalmente, comigo mesma. Todo dia acontece alguma coisa que me mostra como sou pequena diante do todo e gigante diante de mim mesma. E que meus problemas (pelo menos a maioria deles) é fruto da minha imaginativa imaginação. E dai que numa terça-feira dessas, mais especial porque era aniversário de uma pequenina que vira e mexe alegra meu dia, tive mais um dos maravilhosos insights que só o cotidiano pode nos mostrar. Para ser feliz, basta estar vivo. É piegas, mas é verdade. No meio de todas aquelas crianças descalças, sujinhas, semianalfabetas e até meio ríspidas, recebi a dose de carinho que tanto me faltava nos últimos dias. Aquele carinho que deveria partir de quem divide o mesmo sangue que você mas que, por qualquer motivo que seja, não vem. E que você encontra onde menos espera. Encontra na simplicidade. Eu estava ali para contar e ouvir histórias e comer um pedaço de bolo de aniversário. Sai dali recheada de felicidade. A festa foi simples porque as pessoas eram simples. Até as mais estudadas. E o calor foi tamanho, que até abandonei o casacão de inverno. Tento me lembrar de que eles têm todos os motivos para chorar e ao invés disso, decidem brincar e sorrir. E fico com a sensação de que sou egoísta demais por achar que tudo tem de dar certo sempre. Que se dane quem não gosta de mim. São muito poucos. Mais valiosos são os que me sorriem e abraçam sem esperar nada. Simples assim. Também vou conseguir sorrir e abraçar sem esperar nada. E vou aproveitar porque estarei sorrindo e abraçando só por mim e por ninguém mais.

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