diário de uma aluna de gastronomia
FEVEREIRO
Doce e crocante
Não sei ao certo quando foi a primeira vez que comi crostoli, só me lembro que em todo Carnaval na casa das tias, no interior, tinha baciadas de uma massinha doce e crocante que tornava qualquer café da tarde especial. Conforme fomos crescendo, eu, minha irmã e minhas primas trocamos as pedaladas pela cidade por uma tarde ajudando as tias na preparação da bolachinha. E assim foi criado nosso ritual carnavalesco familiar.
Tarde de domingo, depois da macarronada, a tia junta os ingredientes da massa – leite, ovos, açúcar, manteiga, pinga, raspas de laranja e farinha até dar ponto – amassa bem até a mistura ficar bem homogênea e prepara o cilindro. Farinha à vontade e gira a manivela daqui, puxa a massa dali até ficar fininha, fininha. Depois, estica as massas sobre toalhas na mesa da sala de jantar, da cozinha, na cama da tia...e a meninada começa a dar forma à bolachinha. Cortamos diversos retângulos e com a faca fazemos dois risquinhos em cada um deles, para deixar o vapor escapar quando a massa é frita. É uma tarde inteira de trabalho que conta com o talento do tio na fritadeira. Outra tia açucara o crostoli pronto, que enche dezenas de bacias.
Roubando um
O tio que vem do sítio buscar o lanche da tarde de colheita, corre lavar a mão e rouba um crostoli, antes de levar algumas bolachinhas para o primo que ficou na colheitadeira. E nós ficamos em volta da fritadeira, roubando um crostoli aqui, outro ali, enquanto ajudamos as tias a separar um pouquinho para cada família. Recolhidas as toalhas, lavada a louça, limpo o chão enfarinhado e açucarado, nos espalhamos pela casa da tia para experimentar a delícia, acompanhada de um café fresquinho ou refrigerante bem gelado. Se o crostoli dura até a Quarta-feira de Cinzas, as tias costumam presentar a sobrinhada com um saquinho cheio. Eu sempre garanto o meu.
Tradição
Este ano resolvi fotografar a bagunça na casa da tia, seguindo passo a passo a receita. E, como sempre, ajudei a cortar os crostolis e até fiz uns nozinhos na massa inspirados na receita da vó materna. Eles ficaram parecidos com a cueca virada, a prima brasileira do crostoli italiano. Dessa vez também fiz bolinhas com a massa só para me deliciar, pois gosto da bolachinha mais gorducha. Para as tias, um sacrilégio, pois quanto mais crocante, mais original é a receita. E como o assunto é tradição, aprendi que é melhor respeitar a experiência das cozinheiras da família para garantir que nossa união em torno da mesa se perpetue por muitos outros carnavais.
ABRIL
Paciência
Um domingo desses resolvi fazer pão francês em casa. Era para acompanhar as sobras de um pernil que comemos no almoço e minha mãe incrementaria no forno para virar um lanchinho delicioso no jantar. Enquanto sovava a massa, lembrei da minha primeira coluna, quando escrevi que a arte de fazer pão necessita basicamente de paciência. Neste início de ano, a vida puxou o tapete por debaixo dos meus pés e me fez exercer a tal paciência na marra. Talvez por isso eu tenha conseguido preparar o pãozinho e uma receita de bolachinhas amanteigadas que aprendi no novo curso de confeitaria que iniciei na semana passada.
Doente
Depois de férias pra lá de divertidas, me vi de volta à rotina com muita vontade de trabalhar. Mas um imprevisto - que veio em forma de uma tosse incessante - me deixou, literalmente, surda. Fiquei de molho e precisei colocar em prática algumas decisões que vira e mexe tomavam conta do meu pensamento desde o final do primeiro ano do curso de gastronomia. Para facilitar o dia a dia, decidi "pegar leve" e tranquei a matrícula da faculdade. Eu sei, só faltava um ano. Mas as aulas diárias, os trabalhos, as normas da ABNT, as provas, as práticas que valiam nota - e ter que conciliar tudo isso com o jornalismo - me deixaram tão cansada, que resolvi dar um tempo e relembrar porque eu gosto tanto de vestir meu avental. Resumindo: troquei a gastronomia pela confeitaria e, pela primeira vez em muito tempo, sinto que estou no caminho certo. Mais leve.
Manteiga
Na primeira aula, uma surpresa: somos apenas cinco alunas da professora Erika, que é a mais nova de todas nós e sempre corrige nossos erros culinários com um sorriso. Nossa primeira missão: preparar bolachinhas feitas a partir de massas quebradas. A tal receita tem como ingrediente principal a manteiga, que é trabalhada de duas maneiras: com a manga (saco de confeitar), para a preparação mais delicada; ou com o rolo, para a massa mais firme. Como era só a nossa primeira aula, começamos com a técnica da crémage, que consiste em misturar primeiro os ingredientes líquidos e adicionar os secos posteriormente. A massa que resulta desta técnica deve ser trabalhada com o saco de confeitar e nos permite exercitar a criatividade desenhando formatos divertidos para pequenas bolachinhas. Apanhei, mas com o tempo tenho certeza de que vou pegar o jeito de usar o saco de confeitar. Numa tentativa de agradar a mãe, que já estava há um mês em casa cuidando para que eu me recuperasse da bendita tosse, fiz uma fornada das bolachinhas amanteigadas em casa. E não é que ficou bom! Pena que rendeu tão pouco. Ou será que foi a mãe que comeu demais? Enfim, como ela mesmo me disse antes de subir no ônibus e voltar para casa: "Acho que estou aprendendo a viver um dia após o outro!".
MAIO
Balança, termômetro e formas
Decidimos, eu e minha prima que também é estudante de gastronomia, que nossa vocação é doce e que vamos juntar nossos dotes para ganhar algum dinheiro, quem sabe. Reunindo uns trocados que temos, fomos pesquisar utensílios de cozinha pelas ruas de Londrina e chegamos em casa com uma sacola cheia de novidades.
Sentamos no sofá para decidir o cardápio, os ingredientes, o que já tínhamos e o que precisaríamos comprar; como nos organizaríamos para preparar as delícias, entre outros pormenores do nosso micro negócio. Na mesma semana, teve um feriado e na semana seguinte precisei viajar a trabalho. Ou seja, nada de experimentar nossas novas aquisições, que estavam pegando poeira no armário.
Final do Paulistão
Pois no domingo da final do Paulistão, depois de sofrer com o Verdão perdendo para o Santos, resolvemos ir para a cozinha e lavar a alma preparando doces. Fizemos cupcakes de baunilha, com recheio de limão e cobertura de merengue suíço. Uma receita do site I could kill for desert da doceira Dani Noce, que já foi entrevistada na Folha da Sexta quando do lançamento de seu livro. Suas receitas são minhas amigas e gourmetizaram meus feitos culinários. Foi com ela que aprendi a usar cream cheese em preparações doces. E a adorar a combinação.
Pois lavamos nossas forminhas novas, bicos de confeitar, pesamos tudo na balança que até outro dia não tínhamos e usamos o termômetro para preparar a calda do merengue. Estávamos felizes em estrear nossos companheiros de trabalho.
Depois de duas horas no fogão - deixando a cozinha limpinha como estava antes - tínhamos 18 cupcakes para devorar. Só demos conta de um cada uma, claro. No dia seguinte, levei alguns para os amigos do jornal experimentarem e foi só elogios. Ficamos extasiadas.
Redes sociais
Claro que coloquei uma foto da nossa simples produção nas redes sociais. Claro que recebemos vários elogios. Mas o mais surpreendente foi o pedido de um amigo que queria pagar pelo nosso doce. Seu gesto me fez acreditar que estamos no caminho certo. Para agradecê-lo, preparamos para ele cupcakes fresquinhos e um punhado de bolachas amanteigadas, aquelas que aprendi na primeira aula de confeitaria da professora Erika. Colocamos tudo numa caixinha branca, que enfeitamos com uma fita verde, nossa marca registrada. Daqui para a frente, é testar novas receitas e ajustar o sonho à nossa realidade - meu trabalho e a faculdade da prima. E se a gente puder se lambuzar de chocolate, vai ficar melhor ainda.
JUNHO
Aniversários, bolos e muito carinho
Se tem uma coisa que sempre gostei de fazer é presentear os amigos. E agora, estudando confeitaria, meu presente quase sempre é um bolo. Na despedida da colega jornalista preparei um bolo de chocolate com recheio de limão e cobertura de merengue porque ela me disse que adorava doces azedinhos. No bar, depois de bebermos nossa cerveja e comermos nosso buraco quente, partimos o bolo da Ceci e todo mundo se refestelou. Fiquei lisonjeada. E comecei a perguntar para os demais amigos qual o sabor preferido de bolo deles.
Presente
A Carol, que faria aniversário poucos dias depois, ganhou um bolo de baunilha com recheio de doce de leite e ameixas. Confesso que nunca havia feito este bolo e fiquei meio apreensiva, mas queria surpreender a amiga e me arrisquei a desenhar gotinhas de merengue sobre o bolo. Parece que o pessoal gostou. Eu mesma já ganhei bolo de prestígio feito pela Carol, um delicioso carinho.
Me empolguei e me ofereci para fazer o bolo para a comemoração do aniversário de 40 anos do primo. Seu único pedido: que fosse de chocolate. Então assei a massa, dividi os bolos, recheei com um brigadeiro de especiarias que tinha visto na minha revista de culinária preferida (outro risco, porque também nunca tinha feito) e a prima cobriu com ganache e decorou com castanhas de caju e arabescos. Nosso primeiro bolo juntas e outro sucesso.
No mesmo dia, havia feito um bolo surpresa para presentear a mãe e a irmã da amiga. Meu coração me dizia que deveria fazer um carinho à família Matida. Montei o meu naked cake preferido: massa de chocolate, recheio de cream cheese e cobertura de ganache. Optei pelo bolo pelado porque não sou tão boa na decoração. E deixei o doce na portaria do prédio dela.
Receitinhas
Qual não foi minha alegria quando minutos depois a Karla ligou dizendo que o pequeno Theo tinha dado o recado: "Você ganhou um bolo lindo titia Karlinha", ele avisou. E eu, ganhei o dia. Meu pai, a Su e o Fábio já haviam ganhado o mesmo bolo em seus aniversários. O outro Fábio ganhou um brownie de chocolate que a Carol, esposa dele, confessou que estava uma delícia.
Dia desses, ao devolver o prato do bolo, a Karla me presenteou com um livro culinário que se chama "Feito com carinho". Ao folhear as páginas na companhia da prima de 2 anos, me deparei com receitinhas deliciosamente perfeitas para presentear quem se gosta, de bombons a biscoitos personalizados. A amiga acertou no mimo mais uma vez. E esse livro certamente servirá de inspiração para recordações futuras. E você, já adoçou a vida de alguém que ama hoje?
Doce e crocante
Não sei ao certo quando foi a primeira vez que comi crostoli, só me lembro que em todo Carnaval na casa das tias, no interior, tinha baciadas de uma massinha doce e crocante que tornava qualquer café da tarde especial. Conforme fomos crescendo, eu, minha irmã e minhas primas trocamos as pedaladas pela cidade por uma tarde ajudando as tias na preparação da bolachinha. E assim foi criado nosso ritual carnavalesco familiar.
Tarde de domingo, depois da macarronada, a tia junta os ingredientes da massa – leite, ovos, açúcar, manteiga, pinga, raspas de laranja e farinha até dar ponto – amassa bem até a mistura ficar bem homogênea e prepara o cilindro. Farinha à vontade e gira a manivela daqui, puxa a massa dali até ficar fininha, fininha. Depois, estica as massas sobre toalhas na mesa da sala de jantar, da cozinha, na cama da tia...e a meninada começa a dar forma à bolachinha. Cortamos diversos retângulos e com a faca fazemos dois risquinhos em cada um deles, para deixar o vapor escapar quando a massa é frita. É uma tarde inteira de trabalho que conta com o talento do tio na fritadeira. Outra tia açucara o crostoli pronto, que enche dezenas de bacias.
Roubando um
O tio que vem do sítio buscar o lanche da tarde de colheita, corre lavar a mão e rouba um crostoli, antes de levar algumas bolachinhas para o primo que ficou na colheitadeira. E nós ficamos em volta da fritadeira, roubando um crostoli aqui, outro ali, enquanto ajudamos as tias a separar um pouquinho para cada família. Recolhidas as toalhas, lavada a louça, limpo o chão enfarinhado e açucarado, nos espalhamos pela casa da tia para experimentar a delícia, acompanhada de um café fresquinho ou refrigerante bem gelado. Se o crostoli dura até a Quarta-feira de Cinzas, as tias costumam presentar a sobrinhada com um saquinho cheio. Eu sempre garanto o meu.
Tradição
Este ano resolvi fotografar a bagunça na casa da tia, seguindo passo a passo a receita. E, como sempre, ajudei a cortar os crostolis e até fiz uns nozinhos na massa inspirados na receita da vó materna. Eles ficaram parecidos com a cueca virada, a prima brasileira do crostoli italiano. Dessa vez também fiz bolinhas com a massa só para me deliciar, pois gosto da bolachinha mais gorducha. Para as tias, um sacrilégio, pois quanto mais crocante, mais original é a receita. E como o assunto é tradição, aprendi que é melhor respeitar a experiência das cozinheiras da família para garantir que nossa união em torno da mesa se perpetue por muitos outros carnavais.
ABRIL
Paciência
Um domingo desses resolvi fazer pão francês em casa. Era para acompanhar as sobras de um pernil que comemos no almoço e minha mãe incrementaria no forno para virar um lanchinho delicioso no jantar. Enquanto sovava a massa, lembrei da minha primeira coluna, quando escrevi que a arte de fazer pão necessita basicamente de paciência. Neste início de ano, a vida puxou o tapete por debaixo dos meus pés e me fez exercer a tal paciência na marra. Talvez por isso eu tenha conseguido preparar o pãozinho e uma receita de bolachinhas amanteigadas que aprendi no novo curso de confeitaria que iniciei na semana passada.
Doente
Depois de férias pra lá de divertidas, me vi de volta à rotina com muita vontade de trabalhar. Mas um imprevisto - que veio em forma de uma tosse incessante - me deixou, literalmente, surda. Fiquei de molho e precisei colocar em prática algumas decisões que vira e mexe tomavam conta do meu pensamento desde o final do primeiro ano do curso de gastronomia. Para facilitar o dia a dia, decidi "pegar leve" e tranquei a matrícula da faculdade. Eu sei, só faltava um ano. Mas as aulas diárias, os trabalhos, as normas da ABNT, as provas, as práticas que valiam nota - e ter que conciliar tudo isso com o jornalismo - me deixaram tão cansada, que resolvi dar um tempo e relembrar porque eu gosto tanto de vestir meu avental. Resumindo: troquei a gastronomia pela confeitaria e, pela primeira vez em muito tempo, sinto que estou no caminho certo. Mais leve.
Manteiga
Na primeira aula, uma surpresa: somos apenas cinco alunas da professora Erika, que é a mais nova de todas nós e sempre corrige nossos erros culinários com um sorriso. Nossa primeira missão: preparar bolachinhas feitas a partir de massas quebradas. A tal receita tem como ingrediente principal a manteiga, que é trabalhada de duas maneiras: com a manga (saco de confeitar), para a preparação mais delicada; ou com o rolo, para a massa mais firme. Como era só a nossa primeira aula, começamos com a técnica da crémage, que consiste em misturar primeiro os ingredientes líquidos e adicionar os secos posteriormente. A massa que resulta desta técnica deve ser trabalhada com o saco de confeitar e nos permite exercitar a criatividade desenhando formatos divertidos para pequenas bolachinhas. Apanhei, mas com o tempo tenho certeza de que vou pegar o jeito de usar o saco de confeitar. Numa tentativa de agradar a mãe, que já estava há um mês em casa cuidando para que eu me recuperasse da bendita tosse, fiz uma fornada das bolachinhas amanteigadas em casa. E não é que ficou bom! Pena que rendeu tão pouco. Ou será que foi a mãe que comeu demais? Enfim, como ela mesmo me disse antes de subir no ônibus e voltar para casa: "Acho que estou aprendendo a viver um dia após o outro!".
MAIO
Balança, termômetro e formas
Decidimos, eu e minha prima que também é estudante de gastronomia, que nossa vocação é doce e que vamos juntar nossos dotes para ganhar algum dinheiro, quem sabe. Reunindo uns trocados que temos, fomos pesquisar utensílios de cozinha pelas ruas de Londrina e chegamos em casa com uma sacola cheia de novidades.
Sentamos no sofá para decidir o cardápio, os ingredientes, o que já tínhamos e o que precisaríamos comprar; como nos organizaríamos para preparar as delícias, entre outros pormenores do nosso micro negócio. Na mesma semana, teve um feriado e na semana seguinte precisei viajar a trabalho. Ou seja, nada de experimentar nossas novas aquisições, que estavam pegando poeira no armário.
Final do Paulistão
Pois no domingo da final do Paulistão, depois de sofrer com o Verdão perdendo para o Santos, resolvemos ir para a cozinha e lavar a alma preparando doces. Fizemos cupcakes de baunilha, com recheio de limão e cobertura de merengue suíço. Uma receita do site I could kill for desert da doceira Dani Noce, que já foi entrevistada na Folha da Sexta quando do lançamento de seu livro. Suas receitas são minhas amigas e gourmetizaram meus feitos culinários. Foi com ela que aprendi a usar cream cheese em preparações doces. E a adorar a combinação.
Pois lavamos nossas forminhas novas, bicos de confeitar, pesamos tudo na balança que até outro dia não tínhamos e usamos o termômetro para preparar a calda do merengue. Estávamos felizes em estrear nossos companheiros de trabalho.
Depois de duas horas no fogão - deixando a cozinha limpinha como estava antes - tínhamos 18 cupcakes para devorar. Só demos conta de um cada uma, claro. No dia seguinte, levei alguns para os amigos do jornal experimentarem e foi só elogios. Ficamos extasiadas.
Redes sociais
Claro que coloquei uma foto da nossa simples produção nas redes sociais. Claro que recebemos vários elogios. Mas o mais surpreendente foi o pedido de um amigo que queria pagar pelo nosso doce. Seu gesto me fez acreditar que estamos no caminho certo. Para agradecê-lo, preparamos para ele cupcakes fresquinhos e um punhado de bolachas amanteigadas, aquelas que aprendi na primeira aula de confeitaria da professora Erika. Colocamos tudo numa caixinha branca, que enfeitamos com uma fita verde, nossa marca registrada. Daqui para a frente, é testar novas receitas e ajustar o sonho à nossa realidade - meu trabalho e a faculdade da prima. E se a gente puder se lambuzar de chocolate, vai ficar melhor ainda.
JUNHO
Aniversários, bolos e muito carinho
Se tem uma coisa que sempre gostei de fazer é presentear os amigos. E agora, estudando confeitaria, meu presente quase sempre é um bolo. Na despedida da colega jornalista preparei um bolo de chocolate com recheio de limão e cobertura de merengue porque ela me disse que adorava doces azedinhos. No bar, depois de bebermos nossa cerveja e comermos nosso buraco quente, partimos o bolo da Ceci e todo mundo se refestelou. Fiquei lisonjeada. E comecei a perguntar para os demais amigos qual o sabor preferido de bolo deles.
Presente
A Carol, que faria aniversário poucos dias depois, ganhou um bolo de baunilha com recheio de doce de leite e ameixas. Confesso que nunca havia feito este bolo e fiquei meio apreensiva, mas queria surpreender a amiga e me arrisquei a desenhar gotinhas de merengue sobre o bolo. Parece que o pessoal gostou. Eu mesma já ganhei bolo de prestígio feito pela Carol, um delicioso carinho.
Me empolguei e me ofereci para fazer o bolo para a comemoração do aniversário de 40 anos do primo. Seu único pedido: que fosse de chocolate. Então assei a massa, dividi os bolos, recheei com um brigadeiro de especiarias que tinha visto na minha revista de culinária preferida (outro risco, porque também nunca tinha feito) e a prima cobriu com ganache e decorou com castanhas de caju e arabescos. Nosso primeiro bolo juntas e outro sucesso.
No mesmo dia, havia feito um bolo surpresa para presentear a mãe e a irmã da amiga. Meu coração me dizia que deveria fazer um carinho à família Matida. Montei o meu naked cake preferido: massa de chocolate, recheio de cream cheese e cobertura de ganache. Optei pelo bolo pelado porque não sou tão boa na decoração. E deixei o doce na portaria do prédio dela.
Receitinhas
Qual não foi minha alegria quando minutos depois a Karla ligou dizendo que o pequeno Theo tinha dado o recado: "Você ganhou um bolo lindo titia Karlinha", ele avisou. E eu, ganhei o dia. Meu pai, a Su e o Fábio já haviam ganhado o mesmo bolo em seus aniversários. O outro Fábio ganhou um brownie de chocolate que a Carol, esposa dele, confessou que estava uma delícia.
Dia desses, ao devolver o prato do bolo, a Karla me presenteou com um livro culinário que se chama "Feito com carinho". Ao folhear as páginas na companhia da prima de 2 anos, me deparei com receitinhas deliciosamente perfeitas para presentear quem se gosta, de bombons a biscoitos personalizados. A amiga acertou no mimo mais uma vez. E esse livro certamente servirá de inspiração para recordações futuras. E você, já adoçou a vida de alguém que ama hoje?
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