diário de uma aluna de gastronomia - julho

Tradições e adaptações
Na faculdade de gastronomia, estudamos culinária internacional. Aprendemos sobre as influências de cada país, seus pratos tradicionais, seus principais ingredientes e como podemos adaptar comidas clássicas de outras nacionalidades para a nossa realidade, como o estrogonofe, o macarrão a bolonhesa, o ovo mexido com bacon, o yakissoba, entre outras delícias que hoje fazem parte do cardápio do brasileiro, se não do gosto mundial.
Descobri que nos países do leste europeu, o creme de leite é bastante usado na finalização dos pratos, quase sempre feito com legumes. Que na Islândia, por exemplo, se come carne de rena - eu mesma experimentei durante uma viagem que fiz ao país gelado pela FOLHA no início do ano -, que nos países escandinavos, o salmão é apreciado do café da manhã até o jantar e que em Portugal, sopa de pedra é uma iguaria, assim como os doces finos franceses, como o crepe suzette.

Paella e babaganoush
Aprendi a preparar pratos clássicos gregos, russos, finlandeses - eles adoram pão com manteiga - e até fiz, sozinha, uma paella recheada de carne de porco, frango e frutos do mar. Minha primeira e, até agora, única. Também aprendi a preparar pão sírio, babaganoush, a verdadeira pizza italiana e os famosos profiteroles franceses, que por aqui recheamos com doce de leite e chamamos de carolina - um sucesso nas padarias brasileiras.
Mas foi com uma amiga jornalista, que também é professora de inglês, que aprendi uma das minhas receitas coringas: cookies de chocolate. O modo de preparo é tradicionalmente americano, já que o biscoito é mais macio do que aqueles que estamos acostumados a comer. E eu prefiro assim: crocante por fora e macio por dentro. De preferência, recém saído do forno, com o chocolate ainda derretendo na boca. Também é o preferido da minha mãe.

Aula de cookies
Numa tarde de verão, reuni as amigas em casa para aprendermos a receita, que leva açúcar refinado, açúcar mascavo, ovos, quantidade generosa de manteiga, farinha, bicarbonato, uma pitada de sal para realçar o sabor dos ingredientes e gotas de chocolate. Depois de dissolver a manteiga no açúcar e acrescentar os ovos, um a um, colocamos um toque de baunilha para disfarçar o ovo e misturamos a farinha e o bicarbonato. Acrescentamos as gotinhas de chocolate e com a ajuda de duas colheres, demos formato aos cookies, que levaram pouco mais de dez minutos para assar. Uma delícia rápida e fácil, que a amiga também ensinava aos seus alunos da escola de inglês e que hoje se tornou um clássico nos meus cafés da tarde.

Texto publicado na Folha da Sexta de 24-07-2015

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