não tenho mais idade para isso
Este ano me trouxe muitas lições, mas a principal delas é que realmente não preciso de ninguém para ser feliz. Eu é que faço e sempre fiz a minha felicidade diária, só não tinha me dado conta. Escolhas. São essas tais escolhas que sempre me meteram medo e por isso sempre achei que deveria deixar que os outros escolhessem para mim. É mais fácil encontrar culpados para as nossas burradas. Muito mais fácil do que admitir que fomos cegos, ingênuos, pessimistas ou seja lá o que for. Como diria a Drai: "É um processo". E realmente é, só estava processando as informações de forma errada. Com sentimentos próprios mas olhos alheios. Como poderia ser autêntica pensando algo e dizendo outro completamente diferente? Por isso quando eu digo que já não tenho mais idade para enfrentar festivais de rock, por mais divertidos que sejam, estou sendo autêntica pela primeira vez na vida. Muito mais que nas vezes que achei ser autêntica ao dizer eu te amo para alguém. Porque até hoje os meus eu te amo tiveram gosto de fracasso. Só conseguia dizê-los depois de tentar fazê-lo de todas as outras maneiras que não a mais simples: praticar o que estava sentindo. Talvez eu não tivesse certeza do meu verdadeiro sentimento ou talvez tivesse apenas medo de deixar a minha própria voz gritar. Afinal, sempre desejei ser perfeita e pensava que para isso acontecer, eu deveria dizer sempre o que o outro queria ouvir, assim ele não poderia me deixar sozinha. Só que este ano eu descobri a duras penas que nada disso garante felicidade alguma. Só a autenticidade. Mas este será um longo caminho, que só acaba de começar. Se sempre enxerguei o copo meio vazio, assim sou eu. Ninguém é perfeito mesmo. E decidi enxergá-lo com meus olhos, mesmo eles sendo míopes como são. Vez ou outra vou dizer que estou velha demais para isso, mas também vou dizer que apesar de tão pesada, carrego a vida com esperança. É o começo para tentar ver o copo meio cheio. Por enquanto anseio por mais um show de rock. É mais um para a coleção de memórias adolescentes. Mas farei desta experiência algo especial. Um marco da vida adulta que insiste em bater na porta. Dessa vez vou deixá-la entrar. Ainda um tanto pessimista, mas romântica, como sempre.
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