Balzac
Há dois dias senti na pele o que é a tal ansiedade antecipatória. Não preguei o olho e enquanto revirava na cama pensava em bobagens. Se alguém entrasse no meu pensamento naquele momento, sairia chorando de tanto rir. Bobagens tamanhas que nem valem mencionar. O importante é que depois de virar para lá e para cá, de ler várias páginas do novo romance água com açúcar, visitar lugares calmos e tranquilos com a mente para tentar pegar no sono, acordei depois de apenas duas horas de olhos fechados e já era 7 de dezembro. O dia mais esperado do meu ano. A data que mais me apavorou durante 2010, inexplicavelmente. E depois de um banho, um café da manhã com direito a leite com nescau e torradas com requeijão, parti para mais uma sessão na poltrona marrom e despejei a ansiedade por lá. Sai com a sensação de que não passei de uma completa idiota o ano todo sofrendo por antecipação com o sentimento de, puxa, sou uma adulta, o que faço com isso agora? Simplesmente não faço nada, oras. A vida se encarrega de fazer sem a nossa ajuda e eu tenho apenas que seguir. No mínimo com um sorriso no rosto (admito que nem sempre ele vem fácil para mim). Sai da poltrona inspirada a tornar os temidos 30 em uma viagem rumo a felicidade. E como toda estrada tem seus buracos, certamente cairei num deles eventualmente. Mas resolvi tentar seguir os conselhos sábios dos amigos e me divertir para variar. Sem ressentimentos, só vontade. Essa vontade precisa ser maior que a ansiedade e tudo dará certo. Sinto que estou a poucos passos de gostar de quem estou me tornando. Sem medo de gritar isso aos quatro cantos e sem medo de ser imperfeita e errar o quanto preciso errar até acertar. Poucos passos são muitos passos para quem nunca deu um passo. E se eu quis correr atrás da perfeiçáo no início para acabar logo com isso, agora quero ir bem devagar. Só para aproveitar a paisagem com novos olhos. Até que é gostosa a sensação de ter controle sobre a própria vida: adulta, finalmente!
Comentários
Postar um comentário