vida
Eu tô aqui sentada no meu sofazão confortável assistindo o Palmeiras na tv e comendo pedacinhos de um ovo de chocolate que ganhei dos meus pais. Tô de ressaca dessa Páscoa, que foi uma das melhores dos últimos tempos. Não me lembro de uma Páscoa tão boa desde quando me vi morando sozinha pela primeira vez e preparei um almoço de domingo no apê novo para as amigas. Fiquei orgulhosa de mim aquele dia. Pela primeira vez não senti tanta falta de estar em família e tive a sensação de que a vida se ajeitaria. Essa sensação de simples felicidade se repete hoje no meu peito. Trabalhei três dos quatro dias de feriado, dei o melhor de mim para que tudo desse certo no site e sai da redação com a sensação de dever cumprido e sem aquele ranso de que poderia estar fazendo qualquer outra coisa. Pratico a profissão que escolhi e isso é benção suficiente para agradecer. Tô me sentindo agradecida nos últimos dias, principalmente porque entendi que nossas escolhas fazem quem somos. Princípio básico, eu sei, mas enxergar isso e realmente compreender me deixou feliz. Eu sei que o que digo e falo tem consequências que às vezes não consigo suportar. E que erro muito mais do que acerto no dia a dia. Mas de vez em quando lembro de assinalar as boas ações e me encho de esperança pelo dia que virá. Estou particularmente orgulhosa por sair ilesa de mais de 40 dias de uma abstinência que nem foi tão difícil assim de cumprir. Foi uma decisão sem mais nem menos, sem objetivos finais, a não ser cumprir a meta. Cumpri sem dor e tomar aquele primeiro gole de champagne em companhia dos amigos me libertou do medo da escolha. De repente descobri que posso tudo se me permitir. Posso até me permitir sofrer, se achar necessário. Posso desistir das coisas boas da vida se o dever chama e descobrir que elas sempre estiveram lá, mesmo na dificuldade. Bastava enxergar de outra maneira. Decidi criar pequenos desafios diários só para colocar à prova a minha fé. Fé em mim mesma, fé na vida. Sei que vou temer no primeiro obstáculo e que cometerei muitos erros tentando acertar. Mas o mais importante é que carregarei a certeza de que aprendi que tudo ficará bem se tomar minhas próprias decisões, realizar minhas próprias escolhas. No final, o medo vai embora e fica a possibilidade da felicidade simples e espontânea. Se não, como conseguiria acariciar o lindo pelo do Jazz sem sentir vontade de correr?
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