smurfando

Levamos as crianças da contação de histórias ao cinema. Alguns pela primeira vez. E devo confessar que foi muito divertido. Assistimos os Smurfs. Uma versão muito moderna de um dos meus desenhos favoritos quando pequena. Como eu estudava a tarde, sempre levantava cedo para cantar Lala lalalala com os azuizinhos. Mas nesse filme tinha até smurf bipolar. Um pouco demais para o meu gosto. E aquela professorinha do Glee que era muito água com açúcar para o meu gosto. Ninguém é tão bonzinho assim. Ainda que com serezinhos fofos como os smurfs. Enfim, as crianças comeram pipoca, tomaram refri e até ganharam sorvete no final. E se comportaram muito bem. Nem parece que moram onde moram e que vivem uma realidade sofrida. Eram só sorrisos. E em alguns momentos até gargalhadas. Afinal, aquele Gargamel está muito bom na telona. Vendo as fotos que a Carol fez, senti uma alegria tão grande no peito. Uma sensação de bem. Por duas horinhas esquecemos nossos problemas e só pensamos em diversão. Uma diversão que me é comum e para a qual nem sempre dou valor. Mas que para aquela galerinha representava muita coisa: a participação nas oficinas de contação, o aprendizado após cada história, cada teatrinho, o bom comportamento deles rendeu o prêmio de ir ao cinema. Tudo o que eles têm feito tem rendido frutos que eles mesmos desconhecem. Mesmo morando na favela e às vezes sem ter o que comer, mesmo vivendo sem pai, às vezes sem mãe, mesmo tendo que trabalhar para ajudar no orçamento, mesmo tendo que estudar quando mal se sabe escrever o nome, mesmo com todas as dificuldades, eles conseguem brincar como qualquer criança. São gente como a gente ainda que a sociedade os considere à margem. Domingo deram a volta olímpica no Estádio do Café com o time do Londrina. Alguns ganharam até camiseta autografada, o que não é para todo mundo e prova que eles são especiais em seu próprio modo. Cada dia que passa eu aprendo mais com os pequenos. Eles são meu orgulho, ainda que os veja duas horinhas por semana. Estou feliz por proporcionar alegria para crianças tão sofridas. O sorriso maroto do Carlinhos abraçando o irmão mais velho, Rodrigo, na fila do sorvete representa o bem que carrego dentro de mim ultimamente. Acho que minha companheira de histórias concorda comigo, certo, Carol?!

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