uma editora
Estou aqui, em mais uma fase de pura ansiedade, sem dormir direito, pensando em tudo o que aconteceu para eu chegar até esse momento em particular. Revendo fotos, relendo textos, relembrando histórias que agora pertencem ao passado. De verdade, tive um bom passado. Mas quero construir um futuro ainda melhor. Tão divertido quanto aquele carnaval interminável ou as noite de litrão. Foram muitas as fases, os amigos. Alguns sumiram e voltaram, outros simplesmente sumiram. Uns para pior e outros para melhor. Ainda assim, sinto falta de todos, em alguns momentos. Quando me lembro da vizinha que almoçava comigo aos domingos ou de quando aprendi a nadar. Lembro das paixões platônicas (e quantas foram) e como eu nunca consegui realizá-las. De como meti os pés pelas mãos quando deveria ter simplesmente seguido o curso da vida. Precisei errar muito para aprender. E ainda me pego cometendo os mesmos erros de vez em quando. A diferença é que hoje consigo perceber isso e tentar evitar ao máximo o sofrimento desnecessário. Sou uma pessoa em busca e que vive em constante saudade. Este danado sentimento que me preenche e me faz doer ocasionalmente. Sinto saudade de cheiros, gostos, rostos. Sinto saudade de brigas. Sinto saudade até de não saber quem eu sou. Hoje sei muito mais e ainda assim não sei nada. Como o ser humano funciona de forma estranha! Sei que sempre vivi com medo. Medo de errar, de decepcionar o outro, de parecer incapaz. E sempre errei, decepcionei e fui incapaz e ainda sofri sozinha. Algumas vezes também fiz sofrer, sei disso, e hoje entendo que toda essa imperfeição faz parte. É muito mais bonito ser imperfeito. Admitir as fraquezas para tentar superá-las. Sentir medo quando o perigo se apresenta e ainda assim lutar contra ele. Às vezes sozinho, outras muito bem acompanhado. Sempre escolhi viver na indiferença. Aquele cara nunca me daria bola, aquele emprego nunca seria meu. Eu não tenho direito a coisas boas pois não sou boa o suficiente. De repente entendi que não preciso ser a melhor para merecer. Posso ganhar pelo simples fato de estar viva. Com os direitos vem a responsabilidade e essa eu conheço bem. Estou confiante. Engraçado, confiante é uma palavra nunca usada no meu vocabulário. Pois sempre fui mais medrosa. Mas hoje, aos 30 anos, vivendo sozinha há quatro, tomando decisões próprias pela primeira vez e me colocando em primeiro lugar, sinto que estou preparada para o que vier. Sei que a dificuldade será tamanha, mas que darei conta porque as experiências dos últimos anos me conduziram até aqui. Esta metade está meio resolvida e as respostas virão no dia a dia. A outra metade ainda depende de mais coragem e mais amor próprio, mas também sinto que está perto. Só preciso me abrir mais ao mundo. Deixar rolar, como deixei rolar essa vontade de ser editora. Deixar os fracassos do passado lá na lembrança e recomeçar. Estou mais feliz e agora só faltam as borboletas no estômago.
É mágico esse momento de êxtase,de graça,do encontro de mim.É eterno e pontual.Sinta o seu cheiro,guarde-o,e faça ,quando necessário,que outros também possam senti-lo e sabê-lo possível.
ResponderExcluirCompartilhou comigo,obrigada.