elucubrações sobre o gostar
De repente entedi como funciono. E por que as minhas paixões platônicas nunca deixaram de ser platônicas. Meto os pés pelas mãos. É até engraçado finalmente perceber isso. Mas o momento da descoberta foi muito estranho. Um susto. E o modo como analisei tudo me fez sentir que estou aprendendo alguma coisa quando sento na poltrona marrom. Em posse dessas novas informações (ainda surpreendentes para mim), pretendo não fazer mais confusão com a minha vida e estabelecer metas. Porque aquele gostar romântico que eu cresci acreditando não passa de uma viagem da minha mente. Uma de tantas. E entender isso só pode me ajudar. Aqueles sinais que eu pensava ser uma manifestação do destino não passavam de coincidências. Muito estranho me dar conta disso, finalmente. Parece que uma importante parte de mim se quebrou. Acabou de vez. Mas uma outra metade se revelou sem os delírios da imaginação e consigo imaginar o gostar sem perfeição. Um gostar que vem do acaso. Não estou dizendo que preciso aceitar tudo o que a vida me da, ainda acredito que devo me deixar emocionar antes de dar uma chance. Mas aqueles sonhos malucos de ter uma alma gêmea vagando por ai foram simplesmente esquecidos. Não vou dizer que não me faz mal saber que o romantismo de verdade só existe no nosso coração e na nossa imaginação. Ou nos livros, filmes e músicas. Na arte. De repente é perdendo essa minha inocência que a verdade se revelará. E viver é melhor que sonhar, já dizia a canção. "Também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa..." De hoje em diante, só vou praticar o romantismo com quem decidir praticá-lo comigo. Ainda que seja por uma fração de segundo.
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