dores de cabeça
Eu não quero viver de improviso. Eu quero construir. Eu sinto que estou no caminho certo ainda que algumas frases me magoem e me façam refletir e me deixem com dor de cabeça no fim de semana de clássico. Eu não vivo de improviso. Apesar de dizer que amanhã eu me alimentarei melhor, que amanhã eu irei caminhar no lago, que amanhã eu trocarei o óleo do carro ou farei um check-up, que amanhã eu visitarei as crianças no projeto ou almoçarei com meus tios. Eu creio que a vida é essa ai que se apresenta e que faço o que posso com os recursos que tenho. Talvez precise aprender novos recursos. E não é uma questão de capacidade, mas de oportunidade. Ainda que não viva de improviso, quero dar um passo de cada vez. Porque quando aquela coragenzinha nasce, ela se acha dona do mundo e acaba estragando tudo. Melhor ir devagar e sempre. Melhor aprender a lidar com as frustrações e andar com a cabeça erguida, sem sentir pena de mim mesma e ter a sensação de dever cumprido. Seja qual for esse dever, porque eu já não sei mais o que é realmente viver. Se é aprender uma profissão, exercê-la e se sustentar, isso eu vivo. Se é cuidar da casa, das roupas e da alimentação ,isso eu vivo, se é visitar os pais de vez em quando, participar das reuniões de família, buscar os amigos que estão longe, isso eu vivo. Se é engolir sapos e ir dormir com a certeza de que o dia seguinte será melhor, isso eu vivo. Também vivo tentando agradar todo mundo, mostrar inteligência, maturidade, liderança, capacidade. Mas não tenho certeza se isso é realmente viver. Me parece sempre que a grama do vizinho é mais verde. Me parece que sentir-se assim, meio só, é prerrogativa só minha, mas sei que não é. Ainda assim isso não me consola. Eu tenho sonhos mas eles devem estar bem escondidos. Aquelas fantasias diárias que a minha mente confabula não podem ser consideradas sonhos. São devaneios. E como tais, me impedem de tomar algumas atitudes inteligentes. Nessas horas fico inerte nos pensamentos, onde tudo acontece exatamente como eu quero. Mas eu sei que viver também não é isso. Deve ser o equilíbrio entre o tudo e o nada ou algo parecido. Eu sei que deveria dizer o preciso dizer na hora em que preciso dizer. Que o depois não significa nada, que só o agora é real. Mas por que meu coração não desapega e minha coragenzinha não aparece quando precisa aparecer? Quero férias de mim mesma. Mas isso não dá, né?!
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