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Num domingo em que normalmente eu acordaria tarde, almoçaria café da manhã, veria pelo menos dois filmes antes de tomar banho e ir trabalhar, a amiga convida para provar chilli. E o almoço de domingo ganha caráter especial quando me encontro com os amigos da amiga e participo de uma conversa que há tempos não experimentava. Quis colocar meus pontos de vista em alguns momentos, mas em geral teria sido bom do mesmo jeito só sentar e ouvir, entre um gole e outro de cerveja ou entre uma mordida ou outra no doritos recheado de guacamole. E foram algumas horas de conversa: uma troca inigualável de histórias e pontos de vista. O mais divertido é que tudo se deu na mais santa paz, sem agressões, sem ninguém querendo impor verdades sobre o outro. Sai de lá com a vontade de estender o papo porque aprendi tanto e queria continuar aprendendo com meus amigos. Percebi que sou ingênua sobre algumas posições até mesmo porque tenho pouca informação sobre o assunto e entendi que preciso ler mais para poder formar uma opinião. Não quero fazer parte do senso comum. E também não quero julgar tanto, ainda que seja humana e cometa erros diariamente. Ao chegar no trabalho, fiz tudo em menos de duas horas porque já havia deixado tudo quase pronto no dia anterior. Eu sou assim, organizada. E minha sorte foi que tudo me foi deixado de mão beijada neste fim de semana, ainda bem. Chegando em casa, resolvi testar aquela receita de cheesecake com calda agridoce de peras que vi no site outro dia. Indo contra tudo o que discutimos sobre alimentação saudável durante a tarde. Mas tudo bem, eu sou assim mesmo e vou me perdoar só hoje. Ha. Resolvi cozinhar ouvindo Peal Jam. Mais especificamente o show de 3 de dezembro de 2005 que vi ao vivo, no Pacaembu, ao lado da irmã e do trio Barbosa. Aquela noite de sábado é inesquecível não porque comprei o DVD piratex e revejo sempre que dá vontade, mas porque éramos as crianças da família num show de rock no fim de semana do aniversário da vó. Juntos, os cinco, pela primeira e única vez. Eu e minha irmã ganhamos o ingresso de aniversário dos nossos pais e ficamos juntas na segunda fileira de jovens grunges apaixonados pelo Eddie Vedder e seus comparsas. Vimos nosso "ídolo" de pertinho e cantamos juntas, na noite fria de Sampa. Os primos estavam mais para o meio da multidão e só nos encontramos no final. Voltamos de ônibus para casa aquele dia. Caminhamos do Pacaembu até a Paulista, comemos um dogão "gourmet" (apesar de naquela época o termo ainda não ser tão it) no Black Dog e tentamos pegar o metrô rumo à Zona Norte. Só que não tinha mais metrô e peregrinamos até achar o ônibus correto que nos levasse o mais perto possível de casa. Ligamos para o pai ir nos buscar e providencialmente (para ele) ele não atendeu o telefone. Tivemos que apelar para o tio, que também mandou a gente se virar. A tia foi mais camarada e nos buscou no metrô Tucuruvi. De lá o primo nos levou para casa de carro e a noite de rock acabaria. Lembro bem que um dos itens de uma lista de desejos a realizar durante a vida era ver um show do Pearl Jam ao vivo. E fazê-lo ao lado desses quatro foi mais especial do que poderia imaginar. Nós cinco, os integrantes do BBB de Itanhaém, os netos da Therê e do Milton, que crescemos juntos na metrópole que expulsou alguns de nós na vida adulta. Nós, que somos tão diferentes, mas que dividimos histórias queridas e memoráveis da família marrenta da qual fazemos parte. Esse domingo me veio com tamanha nostalgia. Um sentimento que conheço bem. Mas já não carrego como verdade absoluta como fazia há algum tempo atrás, quando achava que o passado era melhor que o presente. Esse domingo me mostrou que aprendi a ser adulta e que em alguns momentos da vida é possível voltar a ser adolescente e simplesmente curtir um show de rock como se fosse a coisa mais importante da face da Terra. Não sei o que os outros quatro sentiram naquele sábado à noite no Pacaembu nem que lembranças guardaram. Eu senti uma alegria tremenda de sonho realizado e guardei na memória o fato de ter dividido essa vontade com esse quarteto em especial. Não poderia ter sido com ninguém mais e por isso foi inesquecivelmente perfeito.






Comentários

  1. Nunca vou me esquecer desse show, foi demais! E, claro, nunca vou me esquecer da volta pra casa. Jurava que o metrô funcionava até mais tarde, não sei porque, hahaha. Mas enfim, chegamos em casa e nos divertimos muito. Adorei! Beijos, Mari.

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