um dólmã
Em todo o meu desespero para tornar a vida mais leve, resolvi colocar uma antiga vontade em prática e iniciei uma faculdade de gastronomia. Pelos próximos dois anos acordarei cedo e passarei as manhãs na cozinha, preparando delícias ao lado da prima e dos jovens (e alguns não tão jovens) colegas de universidade.
Preguiçosa que sou, me pergunto onde tudo isso vai dar. Mas ainda estou naquela fase inicial do relacionamento quando tudo é apaixonante e adoro passar meu dólmã e preparar a mochila para ir para "escola". Apesar de "suadas", as aulas são a parte mais refrescante do meu dia, que nem sempre tem hora para acabar.
Nesta empreitada, conto com a companhia da prima caçula, que também decidiu aprender a comandar as panelas. Acordamos cedo juntas, vestimos o uniforme juntas e rimos juntas das nossas trapalhadas na cozinha. Não, não ficamos no mesmo grupo e tive que reaprender a conhecer pessoas e fazer novas amizades. Difícil, já que decidi que tenho amigos suficientes para me "carregar" durante esta vida. Mas ela, a vida, é sacana, e sempre coloca em nosso caminho pessoas apaixonantes para nos fazer encantar. Contra isso não dá para lutar.
Pois tenho preparado alimentos com os quais pouco tenho contato, a maioria verduras e legumes, meus grandes inimigos. Hoje, se tornaram amigos em pratos coloridos e saborosos que ainda não experimentei com aquela vontade irresistível porque fico tão nervosa ao final das aulas que só quero ir embora descansar.
Sim, as aulas práticas parecem um verdadeiro Top Chef. Todo mundo buscando ingredientes e correndo contra o tempo para preparar tudo para mostrar para a professora exigente. Tem horário para tudo e a bancada precisa estar limpíssima antes de deixarmos a cozinha. Se não aprender a lavar louça agora não aprenderei jamais.
As notas têm melhorado desde a primeira experiência e isso é estimulante. A relação com os colegas de grupo também. Acredito que mais cedo do que pensava iremos encontrar um equilíbrio em que cada um aprenderá a ceder e a trabalhar em equipe para que possamos descobrir cada vez mais sobre a difícil e magnífica arte de cozinhar.
Adoro ouvir as experiências gastronômicas do professor de Habilidades e prestar atenção na precisão da professora de Garde Manger. Testo meus conhecimentos linguísticos fazendo biquinho nas aulas de francês e quebro a cabeça em cálculo. Viajo pelas histórias da gastronomia e aprendo o que pode e não pode na cozinha para garantir uma produção de qualidade.
Mas mais do que saber o valor nutricional dos alimentos, percebo, diariamente, como é bom se permitir recomeçar. Como é importante abandonar os medos e a preguiça e tentar conquistar algo novo ainda que a idade te lembre que você deveria estar concretizando aquilo que você escolheu lá atrás.
Mesmo desanimada com a profissão que exerço, não estou preparada para abandoná-la por completo. Sou jornalista. Escrever não é só minha profissão como também minha vocação, ainda que eu não seja uma escritora reconhecida mundo afora.
Aprendi com uma amiga querida que a felicidade é um estado de espírito, um momento da vida, e que ficar triste e se decepcionar faz parte do dia a dia. "Teremos mais dias tristes que felizes durante a vida toda e tudo bem", resume a amiga.
"Tudo bem mesmo", respondo, certa de que não estou disposta a desistir tão fácil, nem dos sorrisos, nem das lágrimas. Sempre que chorei, aprendi. Sempre que sorri, quis repetir. E é esse movimento que dá graça à vida. Mais graça ainda é ter ao lado quem sem ama para oferecer o ombro ou rir junto. E esse alguém não se resume a uma só pessoa, mas a todos os queridos que nos conquistam no caminho.
Pode ser a prima adolescente que ainda se entusiasma com os gols do alviverde e conhece todos os episódios de Simpsons, pode ser a prima que é a tia mais carinhosa da família e que tem a risada mais gostosa da face da Terra, pode ser a fofurinha de cachichos que sorri com a boca cheia de dentes de leite, pode ser o amigo que escuta as lamúrias no trabalho ou aquele que grava os filmes do Oscar num pen-drive para você assistir no sofá no fim de semana de folga.
Podem ser os novos colegas da faculdade com suas incertezas, espertezas e ingenuidades ou a velha companheira da faculdade de jornalismo que se tornou melhor amiga e sempre tem uma palavra sábia de coragem para dizer, mesmo de longe. Pode ser a prima-irmã que está sempre disposta a ouvir ou a irmã que só ouve quando quer. Pode ser a mãe para quem você liga todo dia só pra dizer oi, ou o pai que te faz conversar sobre futebol em italiano. Pode ser a vó com quem você só faz brigar ou o primo que viaja só pra te encontrar. Pode ser o padrinho que constrói tudo o que você pede para ele sem pedir nada em troca, podem ser as tias que estão sempre te enchendo de guloseimas e carinho.
A graça pode estar no Texas...Forever. Pode estar num Clubinho, numa confraria ou simplesmente numa rede social que te faz ser quem você não é vez ou outra. Podem ser os bebês que não param de nascer.
Esse ano eu quero estar ao lado de quem eu amo e praticar amor, principalmente nos momentos mais escuros. Será difícil, mas será gracioso. Tenho certeza!
Preguiçosa que sou, me pergunto onde tudo isso vai dar. Mas ainda estou naquela fase inicial do relacionamento quando tudo é apaixonante e adoro passar meu dólmã e preparar a mochila para ir para "escola". Apesar de "suadas", as aulas são a parte mais refrescante do meu dia, que nem sempre tem hora para acabar.
Nesta empreitada, conto com a companhia da prima caçula, que também decidiu aprender a comandar as panelas. Acordamos cedo juntas, vestimos o uniforme juntas e rimos juntas das nossas trapalhadas na cozinha. Não, não ficamos no mesmo grupo e tive que reaprender a conhecer pessoas e fazer novas amizades. Difícil, já que decidi que tenho amigos suficientes para me "carregar" durante esta vida. Mas ela, a vida, é sacana, e sempre coloca em nosso caminho pessoas apaixonantes para nos fazer encantar. Contra isso não dá para lutar.
Pois tenho preparado alimentos com os quais pouco tenho contato, a maioria verduras e legumes, meus grandes inimigos. Hoje, se tornaram amigos em pratos coloridos e saborosos que ainda não experimentei com aquela vontade irresistível porque fico tão nervosa ao final das aulas que só quero ir embora descansar.
Sim, as aulas práticas parecem um verdadeiro Top Chef. Todo mundo buscando ingredientes e correndo contra o tempo para preparar tudo para mostrar para a professora exigente. Tem horário para tudo e a bancada precisa estar limpíssima antes de deixarmos a cozinha. Se não aprender a lavar louça agora não aprenderei jamais.
As notas têm melhorado desde a primeira experiência e isso é estimulante. A relação com os colegas de grupo também. Acredito que mais cedo do que pensava iremos encontrar um equilíbrio em que cada um aprenderá a ceder e a trabalhar em equipe para que possamos descobrir cada vez mais sobre a difícil e magnífica arte de cozinhar.
Adoro ouvir as experiências gastronômicas do professor de Habilidades e prestar atenção na precisão da professora de Garde Manger. Testo meus conhecimentos linguísticos fazendo biquinho nas aulas de francês e quebro a cabeça em cálculo. Viajo pelas histórias da gastronomia e aprendo o que pode e não pode na cozinha para garantir uma produção de qualidade.
Mas mais do que saber o valor nutricional dos alimentos, percebo, diariamente, como é bom se permitir recomeçar. Como é importante abandonar os medos e a preguiça e tentar conquistar algo novo ainda que a idade te lembre que você deveria estar concretizando aquilo que você escolheu lá atrás.
Mesmo desanimada com a profissão que exerço, não estou preparada para abandoná-la por completo. Sou jornalista. Escrever não é só minha profissão como também minha vocação, ainda que eu não seja uma escritora reconhecida mundo afora.
Aprendi com uma amiga querida que a felicidade é um estado de espírito, um momento da vida, e que ficar triste e se decepcionar faz parte do dia a dia. "Teremos mais dias tristes que felizes durante a vida toda e tudo bem", resume a amiga.
"Tudo bem mesmo", respondo, certa de que não estou disposta a desistir tão fácil, nem dos sorrisos, nem das lágrimas. Sempre que chorei, aprendi. Sempre que sorri, quis repetir. E é esse movimento que dá graça à vida. Mais graça ainda é ter ao lado quem sem ama para oferecer o ombro ou rir junto. E esse alguém não se resume a uma só pessoa, mas a todos os queridos que nos conquistam no caminho.
Pode ser a prima adolescente que ainda se entusiasma com os gols do alviverde e conhece todos os episódios de Simpsons, pode ser a prima que é a tia mais carinhosa da família e que tem a risada mais gostosa da face da Terra, pode ser a fofurinha de cachichos que sorri com a boca cheia de dentes de leite, pode ser o amigo que escuta as lamúrias no trabalho ou aquele que grava os filmes do Oscar num pen-drive para você assistir no sofá no fim de semana de folga.
Podem ser os novos colegas da faculdade com suas incertezas, espertezas e ingenuidades ou a velha companheira da faculdade de jornalismo que se tornou melhor amiga e sempre tem uma palavra sábia de coragem para dizer, mesmo de longe. Pode ser a prima-irmã que está sempre disposta a ouvir ou a irmã que só ouve quando quer. Pode ser a mãe para quem você liga todo dia só pra dizer oi, ou o pai que te faz conversar sobre futebol em italiano. Pode ser a vó com quem você só faz brigar ou o primo que viaja só pra te encontrar. Pode ser o padrinho que constrói tudo o que você pede para ele sem pedir nada em troca, podem ser as tias que estão sempre te enchendo de guloseimas e carinho.
A graça pode estar no Texas...Forever. Pode estar num Clubinho, numa confraria ou simplesmente numa rede social que te faz ser quem você não é vez ou outra. Podem ser os bebês que não param de nascer.
Esse ano eu quero estar ao lado de quem eu amo e praticar amor, principalmente nos momentos mais escuros. Será difícil, mas será gracioso. Tenho certeza!
que orgulho de você, querida, que orgulho.
ResponderExcluirorgulho eu tenho é de você Jana! de você!
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