união que dá força
Quando penso em cooperativismo, recordo das férias no interior, na casa dos tios agricultores. Lembro de um dia ter sido convidada a acompanhar a colheita de soja, numa tarde de muito calor, em meio ao feriado de Carnaval.
Seguimos com meu tio de caminhonete até a plantação, onde os primos colhiam o grão, para levar o lanche da tarde para eles. De um lado, o mais velho, pilotando a colheitadeira. Do outro, o mais novo, dirigindo o caminhão que recebia os grãos que seriam transportados até a cooperativa da cidade.
Eu decidi subir no caminhão e me jogar no meio da soja, achando aquele ritual da colheita pura diversão. Depois que a caçamba do caminhão já estava cheia, acompanhei o primo até a cooperativa, onde a soja da família foi descarregada. Lá ela ficaria guardada até o tio decidir vender algumas sacas, quando o mercado estivesse favorável à commoditie.
Aquela pequena cooperativa nasceu para dar suporte à produção agrícola da colônia de imigrantes italianos e hoje já está presente em alguns municípios vizinhos. É gerida por um grupo de pioneiros que prioriza a armazenagem dos grãos e realiza investimentos conforme o tamanho do caixa.
A agroindustrialização da soja e do milho produzidos na cidade ainda não aconteceu como em outras grandes cooperativas brasileiras, mas os produtores também nunca ficaram desamparados quando a geada ou a estiagem dizimaram a lavoura. Todos trabalham em conjunto, dando um passo de cada vez, me explicou meu tio, que já fez parte da diretoria e hoje vê os filhos tocando em frente o trabalho iniciado pelo nonno, há mais de 60 anos.
Na cidadezinha de nome diminutivo sempre teve um único grande supermercado, administrado pela cooperativa municipal. Hoje, até apareceram outros mercadinhos menores, mas é na cooperativa que as tias fazem a despesa. É também a cooperativa uma das maiores empregadoras da cidade. E como neta de pioneiro, tenho tios e primos trabalhando juntos para garantir a melhor comercialização da safra, uns na diretoria, atuando como conselheiros, outros na administração, exercendo a profissão estudada.
Quando penso em cooperativismo, vejo silos, sementes, assistência técnica e muitas cifras. Vejo o filho herdar o sítio do pai e melhorar a produtividade, vejo o neto buscar no estudo novas tecnologias para a lavoura, vejo espaço para a família toda cooperar e prosperar, sem precisar deixar o campo.
Quando penso em cooperativismo, aprendo a dividir lucros e dividendos, a valorizar o potencial individual, a acreditar que crescer junto é melhor que tentar sozinho. Entendo o verdadeiro significado da expressão: a união faz a força.
(Dedo de Prosa publicado na Folha Rural de 5/7/14)
Seguimos com meu tio de caminhonete até a plantação, onde os primos colhiam o grão, para levar o lanche da tarde para eles. De um lado, o mais velho, pilotando a colheitadeira. Do outro, o mais novo, dirigindo o caminhão que recebia os grãos que seriam transportados até a cooperativa da cidade.
Eu decidi subir no caminhão e me jogar no meio da soja, achando aquele ritual da colheita pura diversão. Depois que a caçamba do caminhão já estava cheia, acompanhei o primo até a cooperativa, onde a soja da família foi descarregada. Lá ela ficaria guardada até o tio decidir vender algumas sacas, quando o mercado estivesse favorável à commoditie.
Aquela pequena cooperativa nasceu para dar suporte à produção agrícola da colônia de imigrantes italianos e hoje já está presente em alguns municípios vizinhos. É gerida por um grupo de pioneiros que prioriza a armazenagem dos grãos e realiza investimentos conforme o tamanho do caixa.
A agroindustrialização da soja e do milho produzidos na cidade ainda não aconteceu como em outras grandes cooperativas brasileiras, mas os produtores também nunca ficaram desamparados quando a geada ou a estiagem dizimaram a lavoura. Todos trabalham em conjunto, dando um passo de cada vez, me explicou meu tio, que já fez parte da diretoria e hoje vê os filhos tocando em frente o trabalho iniciado pelo nonno, há mais de 60 anos.
Na cidadezinha de nome diminutivo sempre teve um único grande supermercado, administrado pela cooperativa municipal. Hoje, até apareceram outros mercadinhos menores, mas é na cooperativa que as tias fazem a despesa. É também a cooperativa uma das maiores empregadoras da cidade. E como neta de pioneiro, tenho tios e primos trabalhando juntos para garantir a melhor comercialização da safra, uns na diretoria, atuando como conselheiros, outros na administração, exercendo a profissão estudada.
Quando penso em cooperativismo, vejo silos, sementes, assistência técnica e muitas cifras. Vejo o filho herdar o sítio do pai e melhorar a produtividade, vejo o neto buscar no estudo novas tecnologias para a lavoura, vejo espaço para a família toda cooperar e prosperar, sem precisar deixar o campo.
Quando penso em cooperativismo, aprendo a dividir lucros e dividendos, a valorizar o potencial individual, a acreditar que crescer junto é melhor que tentar sozinho. Entendo o verdadeiro significado da expressão: a união faz a força.
(Dedo de Prosa publicado na Folha Rural de 5/7/14)
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