no meio do caminho tinha um GPS

Tive um final de semana pra lá de divertido, e olha que foram tantos contratempos. Primeiro me perdi na ida a Piracicaba. Sai da casa da tia com a certeza de que me perderia, mas quando me vi na estrada errada sem saber onde estava, aumentei o volume do rádio para cantarolar Beatles mais alto e me acalmei. Cheguei na casa da irmã para a festa dos sessentinha da mãe com uma hora de atraso, depois de cinco horas de uma viagem que duraria quatro horas. Lá encontrei a vó deitada no sofazinho, esperando a dor de barriga passar. A irmã e a prima estavam preparando guloseimas com a mãe e o pai e o cunhado tinham saído para buscar o chope. Eu cheguei tarde achando que todo mundo estaria lá mas, na verdade, fui a primeira a chegar. A festa foi muito divertida, teve comidinhas gostosas preparadas pelo cunhado e pela irmã, o bolo de camafeu estava divino e os brigadeiros - e o cajuzinho - MaLô fizeram sucesso. O chope de trigo - que a tia não gostou - acabou primeiro. E eu bebi. Bebi até cair. Fui puxar a cadeira para sentar e de repente, como em slow motion, me vi no chão, rindo. Rapidamente a mãe e a irmã vieram me resgatar pensando que eu tinha me machucado. No fim da festa fui perceber que elas é que me machucaram tentando me resgatar: fiquei com dois roxos nos braços e percebi o quanto estou sensível. Ao álcool, à comilança e ao resgate dos queridos. O tio foi embora apesar dos protestos da tia, que queria ver o por do sol na casa da sobrinha. Levou com ele também as avós, o filho e a cachorrinha que assustou o gato da irmã. Meu "sobrinho" Constantino deu um pulo e subiu rapidamente na árvore quando a Flor se aproximou dele querendo brincar. Ficou lá até todo mundo ir embora. Mas foi fotografado pela tia do cunhado, que aproveitou o quintal florido para fazer selfies antes de me avisar que eu estava me espatifando no chão porque a cadeira tinha caído antes de eu sentar. Uma das Anas precisou ir embora mais cedo, tinha almoço de domingo com a família do lado de lá. A outra Ana ficou conosco por mais dois dias, "só com a roupa do corpo" como ela mesmo disse. Dormi na cama queen com a mãe roncadora e a dor de cabeça era tanta na madrugada que nem reparei no ronco da matriarca. Só fui pedir remédio lá pelas seis da manhã e só então consegui dormir. Levantamos depois das 11 horas, tomamos café e batemos papo ouvindo músicas românticas italianas dos anos 1960, a pedido do pai. Enquanto isso, na cozinha, o cunhado reaproveitava o carneiro e a mandioca do churrasco num escondidinho que comemos lá pelas 16 horas. Depois de comer, o pai correu para a frente da TV para ver a corrida - apesar do Hamilton já ser o campeão - e entre um grito e outro do vizinho, víamos os gols da lavada do Timão sobre o Galo. A chuva trouxe uma brisa fria e ficamos confinados na sala, vendo desenhos até que chegou a hora da janta e comemos mais um pouco. Dormi na sala para não atrapalhar os pais e levantei às 5h30 para puxar o carro. A folga não veio. Na noite anterior o pai tinha me levado até a saída da cidade para eu aprender o caminho e na madrugada chuvosa, acertei a estrada direitinho, até errar. Porque se não errasse não seria eu. Liguei o GPS quando percebi que Cerquilho ficava bem longe de Itapetininga. E ele me levou à Raposo Tavares, uma estrada esburacada e cheia de caminhões. Paciência, paciência. E um café com leite e um pão na chapa para rodar por uma hora a mais, de novo. Cheguei em casa na hora de ir para o trabalho. E aqui estou. Mais um feriado de estrada e computador. Mas valeu cada minuto na estrada errada: dividir o sorriso com a família vale qualquer cansaço. E cada momento ficou gravado na memória, porque esquecemos completamente de fotografar a mãe assoprando as velinhas.

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