diário de uma aprendiz de confeiteira
Técnicas culinárias e cheesecake
No final de 2015 terminei meu curso de confeitaria. Na prova teórica final precisei descrever pelo menos 20 técnicas culinárias que aprendi durante o ano. E enquanto escrevia o relatório – escrever é minha praia, então pensa só o tamanho do texto -, percebi que aprendi muito mais do que poderia imaginar.
Já na prova prática, fiquei com a missão de preparar um cheesecake com calda de frutas vermelhas. Eu teria que seguir a receita da professora, bem diferente daquela que eu havia feito na aula e que devoramos com gosto.
Então lá fui eu interpretar a receita e executá-la, passo a passo. O resultado final ficou bem gostoso, mas poderia ter caprichado mais em algumas técnicas, como a professora explicou. Em resumo, tirei uma nota alta e fiquei bem feliz.
Depois de avaliar as quatro alunas e de degustarmos nossas criações e lavarmos toda a louça pela última vez no ano, foi o momento da despedida.
Plano B
Em seus comentários, a professora contou que achava que eu desistiria no primeiro mês, tamanha a minha atrapalhação. Perguntando sempre, reclamando da falta de jeito com o bico de confeitar e entregando doces com decorações simples, ela pensou que eu não daria conta do recado. Mas consegui terminar o curso e surpreender não só a mestra e as companheiras confeiteiras, como a mim mesma. Saí da escola com a sensação de ter escolhido o plano B certo e emendei as férias produzindo bolachas, alfajores e brownies que se transformaram em singelos presentes de Natal para amigos e familiares.
Cheguei a ficar dez horas em pé na cozinha emprestada da tia para dar conta de atender os pedidos que eu e a prima tínhamos para as festas de fim de ano. Nem o calor de quase 40 graus na cidadezinha de nome diminutivo nos desanimou – teve limonada geladinha feita pela tia para nos refrescar e uma pausa estratégica para ver a novela das seis - e entregamos todos os pedidos com um sorriso no rosto e a sensação de missão cumprida.
Passo a passo
Qual não foi minha surpresa quando, há alguns dias, uma amiga me chamou para conversar e contou que gostaria de investir nos nossos doces. Foi uma surpresa tão boa, que mal pude crer. Alguém acreditava na minha capacidade culinária e não só nos meus devaneios da escrita a ponto de querer participar. Mais uma prova de que devo estar no caminho certo.
Para este ano, a meta é aprender ainda mais. Entendi que a confeitaria é a arte de exercer a paciência, uma qualidade que me falta, admito, mas que terei de cultivar. É dando um passo de cada vez que certamente chegarei mais longe. Por isso este não será mais o diário de uma aluna de gastronomia e sim de uma aprendiz de confeiteira, cheia de ideias e tentando ser paciente, principalmente com a própria impaciência.
Coluna publicada na Folha da Sexta de 11-03-2016
No final de 2015 terminei meu curso de confeitaria. Na prova teórica final precisei descrever pelo menos 20 técnicas culinárias que aprendi durante o ano. E enquanto escrevia o relatório – escrever é minha praia, então pensa só o tamanho do texto -, percebi que aprendi muito mais do que poderia imaginar.
Já na prova prática, fiquei com a missão de preparar um cheesecake com calda de frutas vermelhas. Eu teria que seguir a receita da professora, bem diferente daquela que eu havia feito na aula e que devoramos com gosto.
Então lá fui eu interpretar a receita e executá-la, passo a passo. O resultado final ficou bem gostoso, mas poderia ter caprichado mais em algumas técnicas, como a professora explicou. Em resumo, tirei uma nota alta e fiquei bem feliz.
Depois de avaliar as quatro alunas e de degustarmos nossas criações e lavarmos toda a louça pela última vez no ano, foi o momento da despedida.
Plano B
Em seus comentários, a professora contou que achava que eu desistiria no primeiro mês, tamanha a minha atrapalhação. Perguntando sempre, reclamando da falta de jeito com o bico de confeitar e entregando doces com decorações simples, ela pensou que eu não daria conta do recado. Mas consegui terminar o curso e surpreender não só a mestra e as companheiras confeiteiras, como a mim mesma. Saí da escola com a sensação de ter escolhido o plano B certo e emendei as férias produzindo bolachas, alfajores e brownies que se transformaram em singelos presentes de Natal para amigos e familiares.
Cheguei a ficar dez horas em pé na cozinha emprestada da tia para dar conta de atender os pedidos que eu e a prima tínhamos para as festas de fim de ano. Nem o calor de quase 40 graus na cidadezinha de nome diminutivo nos desanimou – teve limonada geladinha feita pela tia para nos refrescar e uma pausa estratégica para ver a novela das seis - e entregamos todos os pedidos com um sorriso no rosto e a sensação de missão cumprida.
Passo a passo
Qual não foi minha surpresa quando, há alguns dias, uma amiga me chamou para conversar e contou que gostaria de investir nos nossos doces. Foi uma surpresa tão boa, que mal pude crer. Alguém acreditava na minha capacidade culinária e não só nos meus devaneios da escrita a ponto de querer participar. Mais uma prova de que devo estar no caminho certo.
Para este ano, a meta é aprender ainda mais. Entendi que a confeitaria é a arte de exercer a paciência, uma qualidade que me falta, admito, mas que terei de cultivar. É dando um passo de cada vez que certamente chegarei mais longe. Por isso este não será mais o diário de uma aluna de gastronomia e sim de uma aprendiz de confeiteira, cheia de ideias e tentando ser paciente, principalmente com a própria impaciência.
Coluna publicada na Folha da Sexta de 11-03-2016
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