just a little respect

Eu me considero uma pessoa de respeito. Primeiro porque aprendi a me colocar no lugar do outro e a julgar menos - ainda que julgue muitos, pois sou bastante imperfeita. Segundo porque acredito em ser educada e que sorrindo para o outro - ou pelo menos "tendo modos" -, a chance de receber um sorriso de volta é bem grande. 
Esta não está sendo uma semana fácil, não à toa voltei a escrever. Mas, na verdade, a vida tem estado difícil há um tempo já. Não é uma prerrogativa brasileira não. O mundo está virado, pelo menos é o que eu sinto. E está difícil para todo mundo. Talvez menos para os mais ricos, mas se eles tiverem o mínimo de consciência e amor pelo próximo, pelo menos se consternam pelas dificuldades alheias vez por outra. Às vezes isso não acontece, eu sei. Vivemos o cada um por si e Deus por todos diariamente e estou muito cansada disso tudo. Olhar o próprio umbigo é bom, faz a gente acreditar no nosso potencial e crescer por nossa conta, mas de vez em quando é bom ao menos imaginar o que se passa na vida da pessoa que está todo dia ali, do seu lado. Até para julgar menos. Cada um com seu problema e o mundo girando apressadamente, sem que ninguém consiga descansar direito, porque a dinâmica da vida nos impede de apreciar as pequenas coisas. Queremos sempre grande e isso, às vezes, assusta e nos distancia do ojetivo. Acho, sim, que merecemos conquistar grandes coisas na vida, principalmente o conforto de ter dinheiro no bolso para poder fazer o que quiser. Mas também acho que nada levaremos daqui a não ser lembranças: as que nos deixaram e as que deixamos. Quero mais que tudo construir relacionamentos e não casas, juntar amigos e não coisas, experimentar delícias e não descontar as frustrações na comida, abraçar o amigo num momento difícil e não apontar o fracasso dele. Não quero ser a pessoa que diz: "Eu te avisei". Quero ser aquela dá o abraço antes do amigo pedir. É muito difícil, às vezes até parece impossível e bate aquela pena de si mesmo que nos deixa frágeis e com vontade de culpar o mundo. Acredito em levantar apesar do cansaço, sorrir mesmo com os olhos cheios d'água, trabalhar para poder consumir e consumir para poder criar lembranças e não colecionar coisas. Eu quero melhores condições de vida para os brasileiros como eu, quero oportunidades semelhantes para todos, quero sentir orgulho do que fazemos, mesmo sabendo que cada um pensa por si e em si. Eu quero saber ouvir e debater sem criar certezas. Eu quero relevar a fechada no trânsito e o fato de ter derrubado o café quentinho no chão. Eu quero aceitar que terei de fazer o trabalho sujo de limpar a cozinha antes de ter o prazer de tomar o novo café fresquinho que tive de refazer. Mas eu quero, acima de tudo, respeitar e ser respeitada.

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