gourmetizando a escapada europeia
Nestas férias fiz algo que há tempos queria, mas não tinha coragem de fazer: viajei para a Europa. Fora a crise econômica, que faz qualquer um pensar duas vezes em gastar em euros e libras esterlinas, a vontade de investir num novo negócio me deixou em dúvida. Será que estava fazendo a coisa certa?
Depois de pouco pensar e muito agir - só assim para colocar os sonhos em prática - comprei passagem de avião, paguei hotéis, apartamentos, hostel, passagens de trem e coloquei roupas leves na mala, afinal seria verão no continente europeu. Eu e a Marian, amiga que me convidou para a aventura, partimos em busca de novas experiências em todos os sentidos, inclusive o paladar. Eu, principalmente. E lá fomos nós, experimentar.
Na primeira parada, Paris. Minhas expectativas: pain au chocolat, eclair e macarron da Ladurrée. A realidade superou toda as minhas vontades. Apesar do sol na maior parte dos dias, o vento deixava o clima um tanto gelado e precisamos de blusa para dar conta de subir na Torre Eiffel. Naquele dia choveu e as fotos não ficaram lá grande coisa. Mas compensamos nossa frustração nos deliciamos com um verdadeiro jantar francês em um bistrô ao lado do nosso apartamento, em Montmartre. Experimentei tartar de salmão e Marian, foie gras. Eu comi uma carne ensopada e ela pato; eu degustei um crème brûlée e ela uma torta de chocolate. Tudo muito bom, acompanhado de uma taça de vinho tinto. Pronto, poderíamos partir para a próxima parada: Londres. Mas antes eu precisei experimentar o crêpe Suzette no bar da Amélie Poulain. Feito.
Na cidade mundial da garoa, o frio foi intenso e a blusa de manga comprida deu lugar ao casaco. E o protetor solar, ao guarda-chuva. Para dar conta do verão “fresquinho” de Londres, mandamos ver um english breakfast já no primeiro dia: torradas, tomate assado, feijão cozido, black pudding, cogumelos, salsichas, ovos fritos, bacon e uma xícara enorme de café. Foi o café da manhã que virou almoço e nos alimentou até a noite. Lá na terra da rainha teve muita gordura: purê de batatas com salsichas que mais pareciam linguiças, tortas recheadas com cogumelos e cobertas com molho e o famoso fish and chips, tão grande que não dei conta. Lá também me matei de comer cerejas, amoras e framboesas, baratinhas no mercado.
Em Amsterdã, tudo era tão diferente que o máximo que consegui experimentar da culinária local foi um stroopwafel, uma espécie de waffle que é biscoito e eu carreguei comigo por toda parte. Também provei uma das melhores tortas de maçã da vida: do Winkel 43, dica da amiga Karla que tinha visitado o local no ano anterior. Não sei se foi a tristeza de ter acabado de conhecer a Casa de Anne Frank ou minha gulodice, mas aquele pedaço generoso de torta com creme de leite batido salvou meu dia.
Já a companheira de viagem – intolerante ao glúten – não pode aproveitar muitas das minhas gordices, então se apegou nos bolinhos fritos que eram vendidos em vitrines nas ruas holandesas: você escolhe o produto, coloca o dinheiro e a máquina entrega. Ela experimentou vários sabores e adorou. Mas não me perguntem o nome, pois deve ser algo impronunciável, como toda palavra em dutch.
Em Genebra, na casa da prima que não via há sete anos, fui bem paparicada e ganhei raclete – queijo derretido servido com batatas cozidas, bacon e salsichas – e ratatouille: legumes cozidos que ela serviu com um frango assado em casa. Também teve salmão com molho hollandaise, um delicioso clássico francês. Mas o sorvete de chocolate à beira do lago foi dos deuses.
Passei uma tarde com a amiga brasileira Janaína no Vale d'Aosta, nas montanhas italianas, e depois de rodar e rodar e rodar para subir a serra, tive o prazer de conhecer o restaurante do casal amigo e experimentar comida típica: polenta com funghi, gnocchetti com manteiga e sálvia e zuppa valdostana, feita com repolho e queijo fontina, produzido localmente. Para completar, teve um tiramisù revisitado, feito com abacaxi, e uma divina panna cotta com cobertura de frutas do bosque. Tudo regado a vinho regional e com direito a marmita. Foi muito amor.
Em terras espanholas, a mariscada de frente para o mar superou até mesmo a iguaria que é o jamón ibérico de bellota, tão complexo de produzir quanto de pronunciar, mas que transforma qualquer sanduíche de presunto em um prato gourmet.
Com a enorme travessa da mariscada entre nós e nossos copos de sangria, lambuzamos os dedos para degustar uma lagosta fresquinha, camarões enormes e mariscos com gostinho de água do mar. Pronto, a folia estava completa.
Em Roma, chutamos o pau da barraca e nos jogamos nos sorvetes e na pizza. A companheira esqueceu a intolerância ao glúten e experimentou massas em seu habitat natural. Explosão de sabores e de conquistas. Tudo coroado com os melhores capuccinos da viagem: o do barzinho ao lado do nosso apartamento em Ponte Lungo e do bistrô próximo ao Museu Maxxi. Ufa. Mas o melhor de tudo foi perder todas as calorias nas intermináveis caminhadas exploratórias pelas paisagens escolhidas na escapada. Não vejo a hora de planejar o próximo roteiro.
Depois de pouco pensar e muito agir - só assim para colocar os sonhos em prática - comprei passagem de avião, paguei hotéis, apartamentos, hostel, passagens de trem e coloquei roupas leves na mala, afinal seria verão no continente europeu. Eu e a Marian, amiga que me convidou para a aventura, partimos em busca de novas experiências em todos os sentidos, inclusive o paladar. Eu, principalmente. E lá fomos nós, experimentar.
Na primeira parada, Paris. Minhas expectativas: pain au chocolat, eclair e macarron da Ladurrée. A realidade superou toda as minhas vontades. Apesar do sol na maior parte dos dias, o vento deixava o clima um tanto gelado e precisamos de blusa para dar conta de subir na Torre Eiffel. Naquele dia choveu e as fotos não ficaram lá grande coisa. Mas compensamos nossa frustração nos deliciamos com um verdadeiro jantar francês em um bistrô ao lado do nosso apartamento, em Montmartre. Experimentei tartar de salmão e Marian, foie gras. Eu comi uma carne ensopada e ela pato; eu degustei um crème brûlée e ela uma torta de chocolate. Tudo muito bom, acompanhado de uma taça de vinho tinto. Pronto, poderíamos partir para a próxima parada: Londres. Mas antes eu precisei experimentar o crêpe Suzette no bar da Amélie Poulain. Feito.
Na cidade mundial da garoa, o frio foi intenso e a blusa de manga comprida deu lugar ao casaco. E o protetor solar, ao guarda-chuva. Para dar conta do verão “fresquinho” de Londres, mandamos ver um english breakfast já no primeiro dia: torradas, tomate assado, feijão cozido, black pudding, cogumelos, salsichas, ovos fritos, bacon e uma xícara enorme de café. Foi o café da manhã que virou almoço e nos alimentou até a noite. Lá na terra da rainha teve muita gordura: purê de batatas com salsichas que mais pareciam linguiças, tortas recheadas com cogumelos e cobertas com molho e o famoso fish and chips, tão grande que não dei conta. Lá também me matei de comer cerejas, amoras e framboesas, baratinhas no mercado.
Em Amsterdã, tudo era tão diferente que o máximo que consegui experimentar da culinária local foi um stroopwafel, uma espécie de waffle que é biscoito e eu carreguei comigo por toda parte. Também provei uma das melhores tortas de maçã da vida: do Winkel 43, dica da amiga Karla que tinha visitado o local no ano anterior. Não sei se foi a tristeza de ter acabado de conhecer a Casa de Anne Frank ou minha gulodice, mas aquele pedaço generoso de torta com creme de leite batido salvou meu dia.
Já a companheira de viagem – intolerante ao glúten – não pode aproveitar muitas das minhas gordices, então se apegou nos bolinhos fritos que eram vendidos em vitrines nas ruas holandesas: você escolhe o produto, coloca o dinheiro e a máquina entrega. Ela experimentou vários sabores e adorou. Mas não me perguntem o nome, pois deve ser algo impronunciável, como toda palavra em dutch.
Em Genebra, na casa da prima que não via há sete anos, fui bem paparicada e ganhei raclete – queijo derretido servido com batatas cozidas, bacon e salsichas – e ratatouille: legumes cozidos que ela serviu com um frango assado em casa. Também teve salmão com molho hollandaise, um delicioso clássico francês. Mas o sorvete de chocolate à beira do lago foi dos deuses.
Passei uma tarde com a amiga brasileira Janaína no Vale d'Aosta, nas montanhas italianas, e depois de rodar e rodar e rodar para subir a serra, tive o prazer de conhecer o restaurante do casal amigo e experimentar comida típica: polenta com funghi, gnocchetti com manteiga e sálvia e zuppa valdostana, feita com repolho e queijo fontina, produzido localmente. Para completar, teve um tiramisù revisitado, feito com abacaxi, e uma divina panna cotta com cobertura de frutas do bosque. Tudo regado a vinho regional e com direito a marmita. Foi muito amor.
Em terras espanholas, a mariscada de frente para o mar superou até mesmo a iguaria que é o jamón ibérico de bellota, tão complexo de produzir quanto de pronunciar, mas que transforma qualquer sanduíche de presunto em um prato gourmet.
Com a enorme travessa da mariscada entre nós e nossos copos de sangria, lambuzamos os dedos para degustar uma lagosta fresquinha, camarões enormes e mariscos com gostinho de água do mar. Pronto, a folia estava completa.
Em Roma, chutamos o pau da barraca e nos jogamos nos sorvetes e na pizza. A companheira esqueceu a intolerância ao glúten e experimentou massas em seu habitat natural. Explosão de sabores e de conquistas. Tudo coroado com os melhores capuccinos da viagem: o do barzinho ao lado do nosso apartamento em Ponte Lungo e do bistrô próximo ao Museu Maxxi. Ufa. Mas o melhor de tudo foi perder todas as calorias nas intermináveis caminhadas exploratórias pelas paisagens escolhidas na escapada. Não vejo a hora de planejar o próximo roteiro.
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