Ok
Sua vida sempre foi essa, você que não queria ver. Então siga.
Ok.
Mas isso não quer dizer que você vive a vida dos outros. Pelo contrário, se doar é escolha sua.
Ok.
Dormir até tarde e ficar na TV três dias seguidos não é o problema. Problema seria se você não se incomodasse com isso.
Ok.
Você comenta com os amigos sobre a solidão e eles te incluem na rotina deles para não te deixar tão só. Isso não é viver a vida deles. É carinho.
Ok.
Sem emprego, sem obrigações, neste momento tudo é meio confuso então o sofá parece um porto seguro. Não precisa ter medo.
Ok.
Você já provou que pode fazer o que quiser. Basta saber o que. E agora você quer é reconquistar a paz perdida nos últimos tempos.
Ok.
Essa paz que te fazia ser gentil e se importar com o outro, mas que lhe foi roubada pelas circunstâncias.
Ok.
E você ainda tem recaídas e medos e angústias e foge pro sofá, o velho amigo.
Ok.
E quando o amigo te pergunta como vai a vida solitária você, sem pudor, diz que está uma merda. Ele prontamente diz que vai te procurar um dia desses pra comer uma pizza. É um compromisso na agenda vazia, algo bom para esperar enquanto a vida não se decide.
Ok.
Meu coração não é uma caixa preta mas sim um órgão que bate adoidado, sempre em busca de companhia. Às vezes da família, às vezes dos amigos, quase sempre de alguém pra dividir os sonhos e o fardo que em alguns momentos é o nosso viver.
Ok.
Ele sempre responde ok quando não sabe o que dizer. E eu aprendi a fazer isso também. É mais fácil ainda que existam algumas verdades que precisariam ser ditas pra acabar com a angústia.
Ok.
Em geral tá tudo bem. A escolha foi feita e agora é assumir as consequências. Os planos estão dando certo devagarzinho. Não é preciso medo nem justificativas. Apenas coragem e, mais que tudo, paciência para seguir.
Ok.
Deixa pra lá o que não te pertence mais mas escuta quem precisa falar. Ouça o desabafo e aconselhe se puder. Se não puder, só dê o ombro. Ou um doce, que é o que você sabe fazer de melhor.
Ok?
Ok.
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