água fria
Essa semana foi muito estranha. Sem explicação. Simplesmente foi. A amiga sugeriu que há algo diferente no ar, já que ela não conseguiu dormir direito. Mas também podia ser a coca-cola. Vai saber. Eu dormi bem todas as noites e vaguei pelos dias fazendo o mínimo. Recorri para uma trilha sonora das antigas para curar a dor de cotovelo e derramei umas lagriminhas de autopiedade. Mas passou. Ou vai passar. Pode ser TPM também, já que terminei o pacote de chocolate suíço depois de três meses. Não sei. Sei que tentei fazer manteiga caseira com a nata que ganhei da tia e da prima mas ela bateu, bateu, bateu e não soltou soro. O que eu estava fazendo de errado? Lamentei, googlei, desisti e fui fazer outras coisas, do tipo bolachinhas de especiarias para dar vida a alfajores. Receita que conheço de cor e salteado. Dai que resolvi pedir ajuda aos universitários, quer dizer, à tia que é incrível cozinheira. O conselho foi: deixa a nata bem gelada e bate com algumas pedras de gelo. Tentei de novo e quando eu pensava que não daria certo, começou a respingação de leitelho por toda a cozinha. Meu coração ficou quentinho de novo ao fazer quase um quilo de nata virar quase meio quilo de manteiga depois de uns bons minutos ouvindo a batedeira gritar. Limpei a bagunça e corri tomar banho para fazer as entregas do dia. No trânsito, fiquei pensando sobre a semana e a tristeza que me acompanhou esses dias. Ela ainda tá aqui me incomodando e tudo bem, porque sei que vai passar. Não tenho a pretensão de saber resolver todos os problemas. Não quero resolver todos os problemas. Nem os meus nem os dos outros. Prefiro seguir vivendo um dia de cada vez ainda que tenha medo de não saber pagar as contas sem salário no final do mês. Minha família também me ensinou que é com trabalho que se conquistam coisas. E eu trabalho. Todo dia tenho uma ideia nova para o meu negócio, busco parcerias, testo receitas, faço contas, asso massas, embalo bolachas, as entrego sem cobrar nada a mais por isso. Pode parecer que tudo está indo um pouco devagar aos olhos de quem vê de fora. Mas esse é o tempo do outro e eu preciso viver o meu tempo. Bancar as minhas escolhas. Me enxergar de uma vez por todas. Me ver de verdade e aceitar minhas qualidades, porque os defeitos eu sei listar de olhos fechados. Preciso deixar as comparações de lado. Rir do jogo. Seguir colocando o sonho em prática. Porque essa aqui não é uma competição, é só a vida acontecendo enquanto aprendo a ser eu, apesar dos meus pitis.
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