nova linguagem


O que de mais interessante absorvi da palestra da amiga sobre comunicação não-violenta é que estou no caminho certo do autoconhecimento. E sim, é um caminho muito duro. Muito duro mesmo. Todo dia a gente esbarra numa dificuldade. Todo dia a gente aprende. E só assim conseguimos nos relacionar melhor com o outro. Uma pergunta muito pertinente que a amiga fez ontem dizia: “Mas você quer mesmo se conectar com o outro?”. Às vezes a gente não quer. A gente só quer seguir a vida, um passo de cada vez. Não dá para se conectar com cada indivíduo que passa em nosso caminho. Mas dá para respeitar todos. Como ela ensinou, dá para buscar entender as necessidades de cada um: a nossa e a do outro. É daí que surge ou não a conexão. O pedido é uma mera finalização de algo que começou no primeiro olhar: na observação. Por isso acredito que quando o santo não bate, simplesmente não dá pra insistir. Isso não quer dizer desrespeitar. Lidando com público diariamente nos últimos 72 dias, consigo sorrir mais facilmente para uns do que para outros. E isso acontece muito com quem me aborda de maneira mais comunicativa. Quem chega sem falar ao menos bom dia e manda “pegar” um pão de queijo recebe um obrigada de cabeça baixa. Eu sei que não deveria responder no mesmo nível, mas as falhas se afloram quando não há conexão. Muito mais fácil receber o advogado recém-formado que todo dia pela manhã vem comer seu salgado no balcão e antes de tudo me diz bom dia e pergunta se está tudo bem. O sorriso sai fácil para ele porque além de devolver o prato, sempre agradecendo, ele paga e vai embora desejando bom trabalho. Todo santo dia. E foi ele que no meu primeiro dia, me perguntou como eu estava me sentindo e fez foto do cardápio para mandar aos colegas de escritório. Como não se conectar com alguém assim? Que nunca chegou pedindo desconto sem nem me conhecer. Ou me dizendo como devo assar o pão de queijo, que salgado vender, entre outras dicas que um ou outro sempre me traz. Nem estou fazendo julgamento de valor, apenas relatando comportamentos. Ou estou julgando? Nem sei, vou ter que parar pra pensar. É mais fácil observar, sentir, necessitar e pedir para um cara como o advogado, certo? Claro que eu sei que nem todo mundo é assim. Nem eu sou assim com todo mundo. A grande sacada da CNV é que uma vez que você para pra pensar nela, faz todo sentido do mundo a empatia. Não é nada confortável nomear sentimentos, se colocar no lugar do outro, falar ou escolher não agir, às vezes a gente só quer responder rápido para não perder a discussão e seguir para a próxima demanda. Praticidade. Mas onde será que essa praticidade toda nos leva quando o comportamento negativo se torna repetitivo. Melhor repetir sorrisos. "É como aprender uma nova língua, é preciso estudar um pouco todo dia até ficar bom", ensina a amiga. Que bom que começamos porque essa é uma jornada de vida toda.  

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