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Um aperto. De mãos. No estômago. No peito. No pão, pra ver se está quentinho. E uma colherada farta de requeijão pra deixar mais gostoso. Um sorriso largo e lindo. E gentil. Desde o primeiro dia. Um, dois, quatro pães de queijo pra viagem. Uma conversinha fiada pra criar intimidade. E você descobre que os amigos são, na verdade, irmãos. E que só têm a hora do almoço pra jogar. E que um deles carrega fotos do filho pequeno e gosta de mostrar pra todo mundo. Meu sobrinho lindo, ele diz. Pede que ele te mostra, completa. Uma, duas, três fotos. De uma árvore no meio da Amazônia. Da igreja mais linda de Barcelona. De café. E a sala nova vai tomando cor. Com o olhar de amigos que um dia dividiram a rotina e hoje se redescobrem. Como você se redescobriu. Foto antiga, em preto e branco, de um casamento, encontrada no calçadão, durante um passeio com a cachorrinha. A benção do casal pelo padre eternizada num clique. Um viral nas redes e o dono apareceu. Um dia depois. O noivo da foto recuperou a lembrança singela de um dia importante. E todo mundo ficou com o coração quentinho numa manhã nublada de verão. Muitos anos depois e a água voltou a invadir as casas do bairro. E a mãe enfrentou água até o joelho para salvar o carro da garagem inundada. O pai levou três horas para chegar no serviço. Normalmente demoraria uns vinte minutos. E a irmã se salvou de passar pela ponte derrubada pela chuva porque o carro pifou. Aqui não choveu, Ainda. Uma pintura. Impressa às pressas. Feita num aplicativo qualquer num dia de muita ansiedade. Queria equilibrar esse constante estado de mente acelerada, ele confessou. E a pintura mudou de mãos. Inspirou. Escreva, uai. Escrevo, uai. Mas ainda assim os pensamentos flutuam. Melhor dormir do que pensar. Sonhar do que remoer. Mais um cappuccino ganhou um coração. E um toque de canela pra adocicar. Bom dia. Até logo. Aquele que a gente sente. E que a gente espera. Pra que as horas não passem tão devagar. Tem vida lá fora esperando.

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