balanço

Eu gosto de escrever para significar tudo que me acontece. E para poder ler depois e recordar, repensar. Então vou escrever sobre meu 2022 para ler ano que vem e lembrar como foi que vivi no primeiro ano pós-pandemia.

Este ano, eu resolvi voltar a ser jornalista em tempo integral. Eu fiz as contas e mandei currículos e me programei. Disse pra mim mesma: qualquer coisa eu vendo o carro.

Já em fevereiro recebi duas propostas que não só tiraram minha zona de conforto na escrita como me ensinaram novas possibilidades de exercer a profissão. Em alguns momentos eu pensei em desisitir porque não me sentia boa o suficiente. Mas ainda bem que eu insisti. Foram dois projetos de branding para duas grandes marcas nacionais, em que conheci uma equipe carioca cheia de conteúdo e sal. Em outra frente, escrevi copys para candidatos a deputados, numa primeira tentativa de trabalhar para políticos. Em ambos os trabalhos senti medo de errar e cheguei a achar que seria dispensada. Mas depois de concluir os jobs, o que ficou foi orgulho.

Este ano eu também decidi retomar a terapia e foi a primeira coisa que fiz, lá em janeiro. Falei, falei e falei. E chorei, chorei, chorei. E quero fazer tudo de novo ano que vem porque tive coragem de revelar uns lados obscuros para mim mesma e ressignificar sentimentos. Enterrei pessoas só para desenterrar depois. Me frustrei e estou tentando tirar pessoas de pedestais. Me culpei e estou tentando me perdoar. Vivo um momento de colocar os aprendizados em prática. A lição mais difícil. Mas necessária.

Este ano me arrisquei e tive crises de ansiedade que me fizeram tremer por um bom tempo. Pensei que não ia dar conta, mas, mais uma vez, respirei fundo, me afastei e ressignifiquei. Fiquei triste e então consegui deixar pra lá e seguir. Sempre de mãos dadas com a família que escolhi. Que nunca me abandona, mesmo quando eu estou muito chata e carente.

Iniciei um novo negócio com a amiga do peito e já no primeiro mês conquistamos dois importantes clientes.

Segui contando histórias de direitos humanos e ainda que sejam tristes, eu aprendo sempre. E me torno, a cada dia, uma mulher mais empática e tolerante. Sou grata por esse trabalho.

Este ano, retomei a vida comum. Fui tirando a máscara aos poucos e revisitando vontades que ficaram suspensas na pandemia. Fiz meu primeiro teste de covid, que deu negativo. Teve medo do recomeço, mas teve responsabilidade e esperança. 

Em 2022, comemorei os 90 anos da matriarca e vi meus pais encaixotarem 43 anos de casamento e descerem a serra para viver à beira-mar. Tive medo, mas hoje tenho orgulho. Eles são felizes!

Dezembro chegou: meu mês preferido do ano. Comemorei 42 anos com pizza. Ganhei maquiagem, um livro e um quadro dos Beatles, meus favoritos. E um vinho verde com chocolate Lindt. O chocolate acabou mas o vinho eu vou dividir com quem me deu, em 2023.

No Natal, nos reunimos novamente no sítio, depois de dois anos sem festa. Faltaram muitos, mas sou grata pelos que abracei.

A sensação é de encerramento de ciclo, ainda que eu insista em me apegar às lembranças. Preciso me acostumar que tudo muda e tudo bem. E que se a gente dá amor, ele volta pra nós.

Sinto que algo novo e muito bom vai acontecer comigo. Só espero saber reconhecer quando chegar a hora! Para poder iniciar um novo caminho, cheio de descobertas.

O carro? Não precisei vender. E ainda consegui guardar dinheiro para iniciar mais um ano escrevendo tranquila. Um alívio depois das tentativas frustradas de empreender nos últimos anos.

Escolhi leveza, ganhei ainda mais histórias de superação para contar. Que venha o ano 7.

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