um muro de gigantes muito amados

Um muro. Ou um quarteto gigante. Impossível de transpassar. Mas será que é preciso transpassar? Ou apenas se reconhecer como grande também e caminhar lado a lado? Quando penso que estou perto de gostar de mim, o trauma aflora e me faz chorar. Me faz ter vontade de jogar tudo pro alto. Ou simplesmente fugir. Mas quando me acalmo e coloco tudo em perspectiva, entendo que não é necessário tanto drama. Que seria sempre bom abordar a vida com certa calma. Mas é quando estou caminhando calmamente e começa a chover canivetes que eu perco o rumo. De repente, o muro reaparece na minha frente, vai crescendo e eu vou ficando pequenininha de novo. Com medo. De falhar, de não dar conta e precisar de ajuda. De ouvir todo o julgamento de novo, como se eu fosse sempre uma grande atrapalhada e nunca soubesse muito bem o que fazer. Mas eu sei. Há muito tempo já. Eu sou adulta. Eu arrisco e acerto, às vezes. Eu conquisto coisas importantes. Eu perco também, como todo mundo. Então, por que eu escolho ficar parada em frente ao muro de vez em quando? Por que eu simplesmente não ignoro as vozes e sigo escolhendo de acordo com meus valores para poder crescer e me tornar parte de um quinteto? Por que essas pessoas ainda têm tanto poder sobre o que quero para mim? Talvez a resposta seja o amor. Eu sinto um amor inexplicável por esse quarteto, quase incondicional, e ainda assim crio expectativas. Se é incondicional não se pode esperar nada, só entregar. Eu entrego bastante para o outro, mas preciso aprender a me entregar para mim também. Para aceitar qualquer resposta, não apenas aquela que eu desejo. Preciso confiar em mim, ter menos medo do que o quarteto possa pensar das minhas decisões, e escalar o muro. Talvez eu esteja quase lá. Talvez a vida siga me colocando situações inesperadas até que eu consiga decidir sem tanto medo, só com as dúvidas normais mesmo. Afinal, tudo é novidade se você ainda não vivenciou. É normal titubear. Já sei que não posso ser tão impulsiva, mesmo achando que a intuição me deu sinais. Já aprendi que preciso buscar ajuda para assuntos que desconheço antes de tomar uma decisão. Mas também faço as pazes com esse amor que emana para esse quarteto. Não vai ter jeito, ele sempre vai me acompanhar. E eu não preciso fugir dele, apenas vivê-lo da maneira mais gentil possível. Com eles e, principalmente, comigo.

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